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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Meu coração hoje é como um fado...


Ave estranha

Demora em mim
Essa dor que não mostra a sua face
Num disfarce de andar sempre assim
Só por dentro é que a vida anda rasa
Como se o coração fosse casa
Sem janela, sem porta ou jardim

Demora em mim
Vida a fora como fosse cicatriz
Como marca de guerra na pele
Mostrando o que o lábio não diz
Estranha ave que o amor não encerra
Pois se está livre se sente infeliz

Demora em mim
Uma saudade que me invade
Cada vez que não te vejo
Uma vontade que não sabe
Ir mais além deste desejo
De estar contigo, em teu abrigo
No doce perigo que eu preciso...
No paraíso do teu beijo.

Demora em mim
Esse amor que na flor se consome
Esse nome que sangra em carmim
Como se o meu querer fosse asa
Como se o teu olhar fosse brasa
Ardendo, queimando até o fim

Demora em mim
Vida a fora como fosse cicatriz
Como marca de guerra na pele
Mostrando o que o lábio não diz
Estranha ave que o amor não encerra
Pois se está livre se sente infeliz

Martim César


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