A um outro povo de campo
O que será dessa gente
De
quem não contam bravatas?
Que
em vez de pilcha em setembro
Usa chinelo e alpargatas?
Gente
que vive nos ranchos
Erguidos
pelas distâncias
Que
não tem gado nem campo
Tampouco
casas de estância
Gente
que acorda tão cedo
Que
o sol ainda não saiu
E
que bem sabe os segredos
Das
estações de plantio
Será
que toda poesia
Pra
ser de essência campeira
Tem
que ter na montaria
A
sua única bandeira?
O
que será dessa gente
Que
não inspira poetas?
Que
será desses ginetes
Que
domam terras desertas?
Talvez
não sejam do agrado
De
tantos nobres cantores
Porque
em vez de cavalos
Usam
as pás e os tratores
Por
isso quero o meu canto
Mesclando
gado e semente:
Pois
como encontrar o campo
Sem
encontrar essa gente?
Martim
César
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