Dos Brasis do meu
Brasil
Diga lá!... do meu sertão
Sou Antônio Conselheiro
Sou
Corisco, sou Lampião
Sou
o grito de Zumbi
A
proclamá libertação
Ganga-Zumba,
sinherê
Que
sinhô não tenho não!
Vidas
secas, retirantes
Seca
igual eu nunca vi!
Boias-frias,
paus-de-arara
Vão
descendo o meu Brasil
São
os Jecas, com orgulho
São
as mãos desse país.
Eu
vi João Grilo e Chicó
Encená
a ressurreição
Vi
Assum Preto, Asa Branca
Gonzaga,
o rei do Baião
Só
não vi o sertão ser mar
Nem
o mar sendo sertão.
Eu
vi também Jacobina
Entoá
o livro sagrado
E a pregação de três
monges
Na
guerra do Contestado
Loucura
contra loucura
E
só o estrangeiro ajudado.
Mas,
seu moço, diz pra mim
Em
que vereda, Teobaldo
É
que morreu Diadorim?
Pôs...
enfim... não te contaram
Que
isso sempre acaba assim?
Mas
vai seguir tua história
Que
esse amor nunca tem fim
Blau
Nunes, me conta um causo
Daqueles
de assombração?!
Da
Boi-tatá, do Negrinho...
Mas
tem que ser do teu chão!
Ou
deixa que a Bibiana
Nos
fale do Capitão...
Eu
vi a arte de um tempo
Pelas
mãos do Aleijadinho
Vi
a derrama das Minas
Sangrando
pelos caminhos
Uns
poucos contra um império
E
um cristo a morrer sozinho!
Eu
vi também Chico Mendes
No
meio dos seringueiros
Lutando
por nossas matas
Contra
o poder do dinheiro
Seu
sangue é um rio Amazonas
Manchando
a mão dos grileiros
Ora, apois, seu
moço... eu vi!
E ainda vou ver
muito mais
Por
esses fundões do país...
E
acabo a canção dizendo
Bem
ou mal, é onde eu nasci
E
onde vou ter meu final...
Nos
Brasis do meu Brasil!
Martim César
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