www.martimcesar.com.br

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar.... Geraldo Vandré


Dos Brasis do meu Brasil
                        
        Diga lá!... do meu sertão
        Sou Antônio Conselheiro
        Sou Corisco, sou Lampião
        Sou o grito de Zumbi
        A proclamá libertação
        Ganga-Zumba, sinherê
        Que sinhô não tenho não!

        Vidas secas, retirantes
        Seca igual eu nunca vi!
        Boias-frias, paus-de-arara
        Vão descendo o meu Brasil
        São os Jecas, com orgulho
        São as mãos desse país.

        Eu vi João Grilo e Chicó
        Encená a ressurreição
        Vi Assum Preto, Asa Branca
        Gonzaga, o rei do Baião
        Só não vi o sertão ser mar
        Nem o mar sendo sertão.

        Eu vi também Jacobina
        Entoá o livro sagrado
  E a pregação de três monges
        Na guerra do Contestado
        Loucura contra loucura
        E só o estrangeiro ajudado.
                       
                
        Mas, seu moço, diz pra mim
        Em que vereda, Teobaldo
        É que morreu Diadorim?
        Pôs... enfim... não te contaram
        Que isso sempre acaba assim?
        Mas vai seguir tua história
        Que esse amor nunca tem fim

        Blau Nunes, me conta um causo
        Daqueles de assombração?!
        Da Boi-tatá, do Negrinho...
        Mas tem que ser do teu chão!
        Ou deixa que a Bibiana
        Nos fale do Capitão...
       
        Eu vi a arte de um tempo
        Pelas mãos do Aleijadinho
        Vi a derrama das Minas
        Sangrando pelos caminhos
        Uns poucos contra um império
        E um cristo a morrer sozinho!
       
        Eu vi também Chico Mendes
        No meio dos seringueiros
        Lutando por nossas matas
        Contra o poder do dinheiro
        Seu sangue é um rio Amazonas
        Manchando a mão dos grileiros
       
                        
Ora, apois, seu moço... eu vi!
E ainda vou ver muito mais
        Por esses fundões do país...
        E acabo a canção dizendo
        Bem ou mal, é onde eu nasci
        E onde vou ter meu final...
        Nos Brasis do meu Brasil!

                                                Martim César
       
       


       


Nenhum comentário:

Postar um comentário