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quinta-feira, 17 de março de 2016

Canção vitoriosa no festival nacional de MPB de São José do Rio Pardo

Valeu a parceria com o grande cantor Zebeto Correia, unindo a fronteira do RS com Minas Gerais. Não era assim no tempo dos tropeiros? Assim seguimos...


Folha em branco


Como se a vida fosse uma folha em branco que viraste agora
E com tuas mãos, enfim, pudesses escrever uma nova história
Tudo por fazer, o mundo ainda tão novo te pedindo a escrita
A boca sussurrando a forma das palavras que um dia serão ditas


Como se sonhasses um engenho novo reinventando o tempo
E desses o teu gosto e a tua assinatura, à arte desse invento     
Horizonte aberto, o sul, o norte incertos, à espera dos teus passos
Na esquina em frente, a esperar a gente a paz de um novo abraço


Mistério de viver, o eterno renascer a cada novo dia
O que virá, virá, e sempre há de vir, o futuro não se adia!
Mas escolher a fruta boa, a canção que mais nos soa
O tom da nossa voz... o que fazer de cada dia...
Essa é a nossa poesia... isso sim... pertence a nós!
Sim... essa é a nossa poesia.... isso sim... pertence a nós!


Como se nascesses para um novo mundo neste exato instante
E as coisas simples fossem doravante as mais importantes
Um afago, um beijo, um abraço amigo, um momento a dois
Que o demais não conta, o tempo das ausências fica pra depois!



                                                                        Martim César/Zebeto

Detalhes no site:


www.diariodaregiao.com.br/.../mineiro-zebeto-corrêa-vence-pela-segund...
A canção Folha em Branco, de Zebeto Corrêa e Martim Cesar, foi a grande vencedora da 11ª edição do Festival Nacional de MPB ...

quinta-feira, 10 de março de 2016

Agenda 2016


12 de Março– Zebeto Correa – Festival de Rio Preto -SP
13 de Março – Reponte de São Lourenço do Sul
13 de Março–Laura Correa–Festival Orillas – R. Branco
22 de março – Laura Correa – Treinta y Tres - Uruguay
15 de Abril – Caminhos de Si – O tempo – Pelotas
16 d Abril – Caminhos de Si – O tempo – Jaguarão
20 de Maio – Camaquã – Náufragos Urbanos
17 de Junho – Caminhos de Si – Porto Alegre
9 de julho – Montevideo – Sala Zitarrosa – Náufragos Urbanos/Laura Correa

11 de Setembro – Pelotas – Grupo Barrio Sur 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pequenas vitórias



Pequenas vitórias


        Um sol de verão, uma canção
        Amigos junto ao mar
        Uma tarde caindo
        No fundo do olhar
        Pequenas vitórias
        Que a vida nos dá
        Um momento de amor, uma flor
        Uma nova ilusão
        Beber a luz do luar
        Uma folha no vento
        Eternizar nosso tempo...
        O tempo... nosso tempo...
        Que mais se pode esperar?

        Uma chuva de abril sobre mim
        Sobre ti, sobre a nossa canção
        Aroma de fruta madura
        Revelando a estação
        Pequenas vitórias
        Que a vida nos dá
        Caminhar ao teu lado, um abraço
        Uma antiga emoção
        Fazer valer o momento
        Eternizar nosso tempo
        O tempo... nosso tempo...
        Que mais se pode esperar?

        Que mais se pode esperar
        De uma vida vivida
        Do começo até o fim?
        Ah!Sim... algo mais...
        Essa paz de encontrar
        Teu olhar sempre em mim.


                                                                  Martim César

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Coração é um universo explodindo dentro da alma



Tempestade


        Feito o vento que antecede
        A tempestade
        Dessa chuva que virá
        Mas ainda está distante

        Coração batendo antes
        Um pequeno descompasso
        Revelando a emoção
        No aguardo desse instante
        Como á espera de um abraço...

        Não choverá ainda não!

        Feito o rastro de uma estrela
        Quando cai
        Rabiscando a madrugada
        Desfazendo-se no olhar

        É um segundo... quase nada
        E já na retina se desfaz
        Como fosse aqui na gente
        Uma chuva tão somente
        Dentro de nós imaginada...

        Chove em nosso coração!

        Há um antes e um depois
        E o amor está no meio
        Pois quem pensa que já foi
        Não entendeu que ainda não veio

        É uma viagem sem regresso
        É um mar que não se acalma
        Coração é um universo
        Explodindo dentro da alma.


                                                            Martim César

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Kolla Yupanqui em Jaguarão, dia 22


Así surgió  La pasolibreña 

Fui a dar una charla en Paso de los libres, 
Corrientes. Por cuestiones de organización no llegué a tiempo al ómnibus que me llevaba de regreso a Buenos Aires y me tuve que esperar la posibilidad de abordar otro que pasaba como a las 2:30 de la madrugada. En esa terminal, de una pequeña ciudad fronteriza, con todo lo que ello significa, había una niñita de unos doce años, hermosa, de rasgos típicamente guaraníes, miembros largos, estilizada, con una cajita en sus manos en los que tenía chocolates y golosinas. 

Recorría los andenes de la terminal ofreciéndolos a los viajeros. Tenía un latiguillo: "Me compra un chocolate, señor?". Vino a mí con el mismo voceo, le pregunté hasta que hora se quedaba. Me respondió que hasta que pasara el último ómnibus, es decir hasta las tres de la mañana. No le pregunté su nombre, cosa que siempre hago con los niños desconocidos que me abordan. Se retiró, siguió dando vueltas por la terminal. 

Al rato, vino se sentó a mi lado, apoyó su cabeza en mi hombro y se quedó dormida, con su cajita en las rodillas. Puedo decir mil cosas: ternura, amor paterno, cariño, compasión.... Ninguna de ellas alcanza a describir todo lo que me sucedió por dentro en ese momento. Como Neruda diré que " me caí del alma". En este preciso momento me sigue conmoviendo relatar lo vivido esa noche.

Roberto Chavero, cantante, poeta y compositor del folklore argentinoDurmió un buen rato. Luego se levantó y se fue, sin decir nada. Tomé mi ómnibus y me iba dando vueltas en el corazón esta niña mientras viajaba. Porqué no le pregunté su nombre?, pensaba. Tal vez, porque tiene millones de nombres, me contesté.
 
Me llevó varios años poder narrar esta historia en canción. Como corolario le cuento que cuando mis compañeros volvieron a pasar por la terminal y tuvieron que quedarse allí por un trasbordo durante unas horas, había una joven de unos 20 años, abordando a los pasajeros con un: "Me compra un chocolate, señor?" Quiero pensar que la canción en alguna medida la protegió y la seguirá protegiendo de las angustias de la vida. Tal vez , ese sea el sentido de las canciones con fundamento. Le mando un abrazo a Pontevedra, Roberto 
 




 La Pasolibreña
Letra y música de Kolla Yupanqui
Vacíos andenes de ternura y paz.
Sin tener adonde ir ni regresar.
Pasaban mis horas, junto al Uruguay;
Mi alma se dormía para no llorar.
Pero apareció, para iluminar
La noche inmensa de la Terminal.

Qué dulce adiós era tu pregón:
“me compra un chocolate señor?”
Tristes monedas de orfandad
En tu bolsillo ibas a guardar.

Noche sin luna en el andén,
Pasolibreña, mi guayna-í
La dulce lumbre de tu inocencia
Era la única luz allí.

Rodeado de ausencias, en tierras lejanas,
mi alma era el río muriendo en la playa.
Terroncito de arena del río Uruguay,
Dejaste en mi orilla  un naufragio más.
Solo pude darte esta canción
Pidiendo al río amparo y protección.

Terrón de arena, tierno candil
Aquella noche cuidé de ti, 
cómo será tu amanecer,
 hoy que me encuentro lejos de allí.

Noche sin luna en el andén,
Pasolibreña, mi guayna-í
La dulce lumbre de tu inocencia
Era la única luz allí.

Noche sin luna en el andén,
Pasolibreña, mi guayna-í
Aún me alumbra tu dulce luz
Terrón de arena, tierno candil.


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dia 22 de Janeiro - Teatro Esperança de Laguarão - Lançamento do CD de Folclore

Lançamento de um CD de folclore, com letras de Martim César e músicas e interpretação do cantor uruguaio Oscar Massitta. No CD, com milongas e outros ritmos pampeanos, serão contadas histórias sobre lugares e personagens da nossa região fronteiriça. Principalmente sobre o lado uruguaio da nossa fronteira.
Na abertura do lançamento, teremos a presença e a apresentação do cantor e compositor Kolla Yupanqui, filho do maior compositor de folclore de todos os tempos: Atahualpa Yupanqui.
Esse evento ocorrerá dia 22 de janeiro, no teatro esperança, com ingressos a 10 reais e com essa junção única de três pátrias: Brasil, Uruguai e Argentina em um mesmo palco.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015



Deve ser o rio. Só pode

Nesta segunda, o jornalista Pablo Rodrigues dedica a coluna ao espetáculo Náufragos urbanos, no Teatro Esperança
Por: Pablo Rodrigues
pablo@diariopopular.com.br 
cabecalho_pablo
Em Jaguarão, todos são devedores do rio. Por lá, quem não conhece o rio, desconhece o homem. O rio - a travessia - o homem. Em Jaguarão, a poesia de Martim César é hoje rosiana e reveladora canoa: “rio abaixo, rio a fora, rio a dentro”. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça: Náufragos urbanos - Cartas de marear, de Martim César, Ro Bjerk e Ricardo Fragoso. Poesia pura, em canções.
O leitor duvida, crê que exagero? Veja um breve trecho do samba Faca de ponta (Carta 2):
“Às vezes o mundo nos pega de ponta
Nos leva por conta sem nos consultar
E somos tão frágeis pra vencer a corrente
Que nos leva, inclemente, pros perigos do mar
Mas nem por isso, amigo, eu descreio do mundo
Pois já sei, lá no fundo, que viver é lutar
Para aqueles que querem que eu lamente os espinhos
Planto flor nos caminhos e convido a sonhar”
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No recital de apresentação de Náufragos urbanos, na última sexta-feira à noite, o público do Teatro Esperança viu-se remoçado. E - “A vida nos pede bem mais!” - despertou, como quem de repente se lembrasse que, postas à parte todas as míseras tristezas cotidianas, teve, tem e sempre terá vocação à alegria. E à beleza. Porque há, sim, o direito à alegria. E à beleza. Sei que não falo só por mim. Definitivamente, não falo só por mim. Falo por quem nem sei. Tanta gente à minha volta.
Tudo em Náufragos urbanos é talento e delicadeza. Em Casa vazia (Carta 4), canção digna de um Lupicínio Rodrigues, o diálogo entre a voz de Ro Bjerk e a flauta de Gil Soares encanta, abre portas e escancara janelas: leva o ouvinte, não sem doçura, à casa da melancolia. Herdeiro de Neruda, Martim César é capaz de falar - com igual engenho - sobre lutas e amores. Ouso dizer que, atualmente, na poesia do Rio Grande do Sul, não há quem dele se aproxime, tamanha versatilidade em compor.
As parcerias do álbum são todas acertadíssimas. O time de músicos foi escolhido a dedo. Além dos excelentes Ricardo Fragoso (que assina quase todas as músicas com Martim), Ro Bjerk e Gil Soares, também transitam pelas canções Paulo Timm, Aluisio Rockemback, Renato Popó, Fabrício Moura (Pardal), Jucá de Leon, Daniel Zanotelli, Lyber Bermudez, Eduardo Varella, Davi Mesquita Batuka, Jortan Lima e Hélio Mandeco.
Ainda na noite da última sexta, o público do Teatro Esperança pôde arrepiar-se, antes da apresentação de Náufragos urbanos, com a voz firme e doce de Laura Correa, cantora uruguaia de apenas 16 anos inacreditavelmente pronta para os palcos. Vê-la, em Jaguarão, misturada a Martim e a tantos outros, é reafirmar que, sim, Schlee esteve sempre certo: na fronteira, tudo é “uma terra só”.
Uma cidade vale pelo tanto que acrescentou de patrimônio cultural ao mundo. A Jaguarão, bastaria ter parido Aldyr Garcia Schlee e sua literatura. Há quem trocaria reinos por O dia em que o papa foi a Melo ou Contos gardelianos. Contudo, esta pequenina terra jaguarense - maravilhoso mundo - não se cansa de parir artistas, de espalhar encantamento e luta. Deve ser o rio. Só pode.
Gracias, Martim! Gracias, Jaguarão!
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A um grande amigo (e poeta) que partiu antes do combinado



Poema no meio do mundo
                                                                Para Enrique Bacci

        Está certo que a vida é uma sucessão
        E que virão os novos
- que já fomos um dia –
Para nos substituir.
É a lei da vida. Imutável em nossa mutação.
Mas não é justo sairmos de cena
Enquanto ainda há aplausos,
Mesmo que sejam esparsos
E de lugares distantes na plateia.

Pois eu te recordo, Enrique,
Com tua voz suave de metálicas sonoridades,
Com tua poesia de infinitos transvias,
Todos partindo de tua enigmática Paso de los Toros,
Cruzando sem passaporte as fronteiras
De países e de espíritos
Todos sedentos de vida e de utopia.

Eu te recordo, Enrique
Amigo de cafés montevideanos
Onde nunca estivemos juntos.
Mas onde, eu sei, sempre estivemos
Conversando sobre a magia das palavras,
Divagando sobre Quixotes e amores felinianos,
Perdidos – eles e nós – no meio do mundo
Em Midland, Enrique... em Midland.



                                                        Martim César