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sexta-feira, 22 de julho de 2011
Templos vazios onde a vida teve um fim, embora o tempo - por ser tempo - não esquece, e ainda se mostra na roseira envelhecida, que a cada ano sem porquê ainda floresce. CD Da mesma raiz
O que o tempo chamou saudade
Dizem que ficaram por aí
Que jamais puderam ir
Como outros tantos que partiram
No pó da estrada, sumidos
A buscar em novos rumos
Velhos sonhos já perdidos...
Falam que são luzes pelos campos
A rondarem esses ranchos
Que de há muito já caíram
- Madeira e barro vencidos...-
Mas que seguem existindo
Na memória dos antigos
Contam - e há uns que ainda juram -
Que nas noites mais escuras
Eles surgem desde as sombras
Como acordando as paragens
Dos corredores do pago
Pra serem mais que visagens...
Que têm nomes... sobrenomes...
E são as almas desses homens
Que volta e meia se encontram
Nos ranchos da imensidade
Para lembrarem de um tempo
Que o tempo chamou saudade.
E assim desfilam seus causos
De um mundo já olvidado
Que faz parte de outras eras...
Por isso é que no meu pago
Quando se apagam os campos
Se acende a luz das taperas!
Martim César
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