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quarta-feira, 13 de julho de 2011
No crezca mi niño, no crezca jamás... vuele bajo porque abajo está la verdad, eso es algo que los hombres no aprenden jamás. Facundo Cabral
Presume-se
Presume-se que seja algo totalmente antiquado, hoje em dia, falar de amor.
Que Vinícius já não teria sentido em um mundo como o atual.
Que Neruda não seria, caso nascesse meio século adiante, essa vertente impetuosa de palavras mágicas. Nem bailaria com Matilde e que tampouco daria um filme.
Que Alfonsina não se mataria, nem deixaria o seu testamento em um poema.
Que a sociedade dos poetas mortos seria apenas uma sociedade anônima, cujo capital pertenceria a algum magnata estadunidense ou a algum mafioso russo.
Presume-se.
Presume-se que quem fale de amor esteja 'out'. Ou pior ainda: seja 'out'.
Afinal, estaria um doido neanderthal falando de um sentimento ridículo e as novas gerações cibernéticas torcendo seus narizes e sacudindo suas cabeças.
Ou nem seria necessário tanto. Fones de ouvidos e um delete seriam suficientes.
Não sabe esse dinossauro que hoje é tão rápido e fácil conseguir-se um romance.
É feito um fast-food. Algo assim como um fast-love.
Rápido atendimento. Preço barato e satisfação garantida.
E isso não se presume.
Presume-se.
Presume-se que seja algo totalmente ultrapassado, hoje em dia, falar de amor.
Que este poema não deva falar de amor.
Que não se fale de amor.
Nada de amor.
Presume-se.
Por isso não escreverei sobre amor neste poema.
Nem uma só linha.
Presume-se.
Martim César
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Presume-se.
ResponderExcluirGrande abraço ao poeta do Elogio ao amor.