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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Si un traidor puede más que unos cuantos, que esos cuantos no le sean indiferentes. Leon Gieco




Encuentran al nieto desaparecido de la presidenta de las Abuelas de Plaza de Mayo


  • Nació en cautiverio durante la dictadura argentina y ahora tiene 36 años
  • Alrededor de 500 niños resultaron apropiados y alejados de sus familias biológicas
EFE 05.08.2014
El nieto de Estela de Carlotto, presidenta de las Abuelas de Plaza de Mayonacido en cautiverio y desaparecido desde la última dictadura argentina (1976-1983), ha sido hallado después de que se presentara voluntariamente para una prueba genética.
"La silla vacía se llenará con él, los marcos vacíos tendrán su fotografía. Lo he visto (en foto). Es guapo, es un artista, un buen hombre y me ha buscado", ha explicado Estela de Carlotto en una rueda de prensa concedida en Buenos Aires en la que ha destacado que su nieto ha hecho realidad uno de los lemas de la asociación: "Él ha llegado a nosotras como nosotras llegamos a ellos".
"Es positivo", ha confirmado Guido Kibo Carlotto, hijo de la presidenta de la organización humanitaria, sobre el resultado del análisis de ADN. Según ha relatado a medios locales Carlotto, secretario de Derechos Humanos de la provincia de Buenos Aires, su sobrino se ha prestado voluntariamente a realizarse pruebas genéticas porque tenía dudas sobre su verdadera identidad.
"En breves momentos trataremos de juntarnos con él. No puedo hablar de la emoción", dijo Kibo Carlotto.
El diputado argentino Remo Carlotto, otro de los hijos de Estela, se ha mostrado "profundamente feliz y conmovido" por el hallazgo. 

El nieto recuperado número 114

El nieto recuperado, el número 114 que las Abuelas logran recuperar, es hijo de Laura Carlotto, detenida en noviembre de 1977, durante la dictadura cuando estaba embarazada.
Laura fue llevada al centro clandestino de detención de "La Cacha", en la ciudad de La Plata (60 kilómetros al sur de Buenos Aires). La joven tuvo un bebé que nació en cautiverio el 26 de junio de 1978 y al que llamó Guido.
El cuerpo de Laura fue hallado sin vida y entregado a su madre el mismo día del asesinato, pero el niño no fue encontrado y la búsqueda llevó a Estela de Carlotto, de 83 años, a ser una de las fundadoras de la asociación Abuelas de Plaza de Mayo.
"Queremos que se den cada uno de los pasos, estamos profundamente felices y ansiosos de conocerlo para que se encuentre con la historia que le pertenece", ha añadido Remo Carlotto que ha señalado que la búsqueda de su sobrino ha sido una "lucha de todo el pueblo argentino" que ha ayudado a la familia "a que este encuentro se produzca".
Unas 30.000 personas desaparecieron durante la última dictadura argentina, según los organismos defensores de derechos humanos, y alrededor de 500 niños fueron secuestrados y alejados de sus familias biológicas.
Cuando una plaza llora

A Juan Gelman, por su lucha y dignidad


Las madres siguen caminando
En la Plaza de Mayo
Hace mucho que son abuelas
De niños casi olvidados

Pero no habrá nunca olvido
Para quién fue sangre y memoria
Porque una vida nace y muere
Pero no se apaga su historia

Hoy los tiempos ya son otros
Pero quizás sean los mismos...
Los condores solo están disfrazados
Esperando en la paz de sus nidos

Una llovizna cae sobre Buenos Aires
Y es el llanto de las madres
Con sus lágrimas de memoria
Más bien es el llanto del mundo
Recordando un tiempo oscuro
Cuando una plaza llora...
Cuando una plaza llora.

Los días siguen avanzando
Hacia el futuro, siempre más
Y ellas ahí están.. todos los jueves
¡Ni un paso atrás!... ¡Ni un paso atrás!

Son golondrinas con pañuelos blancos
Que levantan la bandera de sus hijos
Con su ejemplo van mostrando al mundo
Que ellos son mucho más que desaparecidos

¡Aparición con vida!... siguen resistiendo
Marchan en la plaza, son como palomas
Sólo hay una lucha que al fin se pierde...
Aquella, compañero, que un día se abandona

Alan Otto/Martim César

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Uma folha em branco, uma caneta, e a mão suspensa....


Folha em branco


Como se a vida fosse uma folha em branco 
que viraste agora
E com tuas mãos, enfim, pudesses escrever 
uma nova história
Tudo por fazer, o mundo ainda tão novo 
te pedindo a escrita
A boca sussurrando a forma das palavras
que um dia serão ditas


Como se sonhasses um engenho novo 
reinventando o tempo
E desses o teu gosto e a tua assinatura, 
à arte desse invento
Horizonte aberto, o sul, o norte incertos, 
à espera dos teus passos
Na esquina em frente, a esperar a gente 
a paz de um novo abraço


Mistério de viver, o eterno renascer 
a cada novo dia
O que virá, virá, e sempre há de vir, 
o futuro não se adia!
Mas escolher a fruta boa, a canção que mais nos soa
O tom da nossa voz... o que fazer de cada dia...
Essa é a nossa poesia... isso sim... pertence a nós!

Sim... essa é a nossa poesia.... isso sim... 
pertence a nós!


Como se nascesses para um novo mundo
 neste exato instante
E as coisas simples fossem doravante 
as mais importantes
Um afago, um beijo, um abraço amigo, 
um momento a dois
Que o demais não conta, o tempo das ausências 
fica pra depois!



Martim César

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Cada canção é um pequeno farol...


Pequeno sol

A aranha tece a teia
Onde se enleia
A nossa solidão
No fio dessa meada
A vida mais cuidada
Perde a direção
No relógio cai a areia
E gota a gota a veia
Resseca o coração

É quando um grande amor
Nos mostra além da flor
A sede dos espinhos
Quando se perde o passo
E surge o descompasso
No meio do caminho
É quando o sangue é sangue
E a taça dos amantes
Não tem gosto de vinho

É quando uma saudade
A casa nos invade
Sem ter permissão
Que afloram os sentidos
E navegamos perdidos
Na imensa escuridão

É na gota desse instante
No mar desse momento
Na teia desse tempo
No deserto desse chão
Que surge como um sol
Na forma de um farol
E nos salva do naufrágio
A luz de uma canção.


Martim César

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Para Ernesto Díaz e Fabián Severo



Para Ernesto Díaz e Fabián Severo

Portunhol

Em mi documento dice
Que yo soy un brasilero
Mas si yo começo a hablar
Solo sale un entrevero

Non me entenden no Uruguai
No Brasil entienden menos
Sou daqui o soy de allá
Yo soy siempre un estrancheiro

Mas biem aqui neste lugar
Donde vivo a vida entera
Todos me miran igual
Soy mais uno em la frontera

Ô minino diz pra mim:
Que tu qué facê com isso?
Non se fala desse cheito
Tu ten que pedi permisso!

Ô minino tu bem sabe
O que dice a professora
Há português e hay español
Nom misture essas dos cosas

Tu tá vendo as aduanas
Que están arriba el puente
Son iguais aos idiomas
Separando a nossa gente

Mas se peço uma gajeta
Ou pido canha brasileira
Aquí me entienden muito bem
Soy mais uno em la frontera!

Aquí me entienden lo más bién
Sou mais um en la frontera!

Martim César

terça-feira, 29 de julho de 2014

Velhas tardes da minha infância

Hora da siesta

Na hora da siesta meu avô fechava a janela
da casona
E fazia que ia dormir.
Algumas vezes dormia mesmo.

Meu avô tinha um relho ainda do seu tempo
De domador de cavalos.

Nunca tivera muito, além da velha casona,
Algum ou outro parelheiro
Para as carreiras de domingo,
E um relho.

Seu relho era como se fosse o cetro de um rei.

A hora da siesta era a nossa hora.
Pegávamos a bola de meia, meus primos e eu,
E íamos para baixo dos paraísos,
Ao lado do galpão,
E fazíamos o nosso gol a gol,
ou dois contra um.

Sempre era uma festa.

Até que, algumas vezes, o avô abria a janela
E gritava para pararmos com o barulho
Porque se não iria fazer o relho estalar
no nosso lombo.

No lombo dos meus primos, eu sabia.

Eu era muito pequeno ainda,
Mas aquela hora era a melhor hora de todas.

Meu avô já não tinha quase forças,
Mal levantava da cama.

Eu era muito pequeno ainda, mas lembro.

Um dia, num desses jogos acirrados,
Acabou acontecendo uma penalidade
para o meu time.
Meu primo quis chutar e eu disse que não.
Chorei, afinal eu era pequeno.
E me considerava o craque do time.

Meu primo só disse que saísse da frente.

E tudo ficou naquele 'eu chuto! Não, eu é que chuto!'

Choradeira e gritos.

Gritos e choradeira.

Até que ouvimos a voz de sempre...
Só que, dessa vez, muito mais perto de nós.

'Deixa que eeeu chuto, gurizada de uma figa.'

Foi um esparramo.

Eu corri na direção das casas dos meus pais,
Que moravam ao lado.

E só tive tempo de ver o velho avô chutando a bola
Enquanto, ao mesmo tempo,
Dava um relhaço no primo menor.

O primo mais velho tratava de fugir,
Arrodiando o galpão.

O avô, com uma agilidade impensada,
Atirou o relho e acertou o seu calcanhar, 
                                                   derrubando-o.

Mas os dois conseguiram fugir em direção ao fundo.

Foi mesmo um esparramo.

Lindo de ver, se não fosse conosco.

Depois disso demos um tempo.

Não foi muito, mas foi um tempo.

Na verdade, creio que não durou uma semana
E já seguimos com o nosso jogo de bola de meia.

Afinal, era a hora da siesta dos adultos.

Só que daí em diante, sempre ficava um de nós
                                                              de vigia.

Lógico: para o caso de haver alguma penalidade.


Martim César

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A melhor parte de mim Não quis vir quando eu vim E ainda me espera, eu sei, na estação do lugar.


O campo na parede


Eu tenho o campo na parede pendurado
Janela de um mundo que parece tão distante
Mania antiga de tentar guardar num quadro
Uma paisagem que foi nossa muito antes

Compõe a imagem o galpão bem junto às casas
Abrindo as asas, tendo ao lado um cinamomo
Pareço ainda ver que há cavaletes pelos cantos
Com seus arreios a esperarem por seus donos

Há um campo verde como os olhos que eu já tive
Verde... verde...
Verdes paisagens que mesmo a vida não dilui
Verdes... verdes...

Fecho os meus olhos e minha alma voa livre
Até o menino que há muito tempo eu fui!

Eu tenho o campo na parede pendurado
Visões de um tempo que ficou já muito longe
Mas que por dentro das retinas ainda guardo
Pra que se saiba que o meu canto vem de onde

Nestas urgências vou cumprindo meus horários
Sob os concretos dos mil bretes da cidade
Mas vez em quando paro a vida... vejo o quadro
E por ele saio a caminhar em liberdade!!!



Martim César

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Livro - Sentimientos y Vivencias - Histórias de vida

Dia 18 de julho, 19 horas - Na Biblioteca Municipal de Rio Branco

Lançamento do livro Sentimientos y Vivencias - Histórias de vida

De Willian Bordachar

Apareçam e prestigiem.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Allá por los años bravos del ochocientos noventa... Jorge Luis Borges



De uma noite na fronteira

Foi num bolicho de Rivera
Meio assim a contraluz
Que eu conheci Martin Fierro
E um tal de Sargento Cruz

E não é um causo, senhores
Eu les juro que foi assim...
Los dos gauchos desertores
Bem vivos diante de mim

Disso já faz muito tempo
E o tempo tem seus mistérios
Quem presenciou este encuentro
Já está em algum cemitério

Andavam buscando un hombre
Que se exilou no Rio Grande
E que tinha José por nombre
E por apellido Hernández

Queriam saber qual motivo
De viverem sempre penando
Por culpa, talvez, de um livro
Escrito quem sabe quando

Por certo, no fio da adaga
O autor soubesse – quem dera!
El dolor de uma vida vaga
De no mundo andar como fera

Se poupariam tantas vidas
A cambio de um só enterro
Antes de nascer, já esquecida
La vuelta de Martin Fierro

Foi bem assim... muitos viram
Nessa noite, lá em Rivera
Deram adiós e partiram
Pro outro lado da fronteira...!!!


Martim César

terça-feira, 8 de julho de 2014

Los amores cobardes no llegan a amores ni a historias; se quedan allí. Silvio Rodriguez



Um minuto antes do canto

Feito o sol quando a chuva se vai
Nesse cais que amanhece no olhar
Todo amor é um agora ou jamais
Uma luz que nos induz a cantar

Quando se abre a cortina da vida
A flor da pele é mais que uma flor
É emoção que dá ao canto sua cor
A aromar nossa voz mais sentida

Todo homem é tão só um menino
Quando diante de si tem o mundo
E descobre em seu canto profundo
Que esse sempre será seu destino

Ninguém sabe a razão do seu dom
Que magia se esconde em um verso
Mas se a canção, afinal, se faz som
Há um sentido no seu universo...!


Martim César

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Quando se abrem as cortinas da vida...



Canto de sol para um teatro fechado

Quantas vezes te assisti em segredo
Quando incendiavas as noites escuras
Por isso, hoje, eu te olho e não entendo...
Ah!Princesa onde está a tua cultura?

Quando de novo se abrirem tuas portas
E o riso voltar à tua gente
Mil atores saudarão tua volta
E os aplausos se ouvirão novamente

No mais sagrado altar do teu palco
Ainda ecoam antigas canções
Onde agora os fantasmas caminham
A vida sem graça já não vende ilusões...

Sete artes tem o meu universo
Sete estrofes de amor te ofereço
Quem não sabe o valor do teu verso
É por que pensa que tudo tem preço...

Era abril, eu me lembro, e cantavas
Melodias ao entardecer...
Era abril, eu me lembro, e bailavas
E uma princesa contigo sonhava
Esse sonho que eu não posso mais ter.

Quando se arredem, por fim, as cortinas
E saltimbancos pedirem por palmas
Verei mambembes, bufões, bailarinas
Trazendo à vida de novo tua alma

Então novamente estaremos contigo
Mesmo aqueles que já não estão
E outras vozes dirão que estás vivo
Não há quem pague o valor da emoção...



Martim César