Punhais
do tempo
A
lâmina cortou a água
Partiu
em dois o meu mundo
Atrás
ficou minha infância
Em
frente o tempo de adulto
Mas
confesso, se eu pudesse
Ficava
desse outro lado
Onde
viver era um sonho
E
não sonhar um pecado
Nesses
dias já distantes
Eu
voava sem ter asas
Nesse
universo infinito
Que
fica em volta das casas
Hoje
repleto de ausências
Me
vem na alma uma imagem
A
vida é tal qual um rio
Cruzando
entre duas margens
Onde
estarão os brinquedos
Que
um dia eu tive e perdi?
Talvez
no chão das areias
Dos
meus rastros de guri...
Por
isso nesta jornada
Já
quase chegando ao fim
Recordo
esse tempo lindo
Que
ainda resiste em mim
Já
quase na outra margem
Miro
as águas na distância
E
uma barca de saudade
Me
leva de novo à infância...
Lá
um guri, pés descalços
Corre
feliz... solto ao vento...
Não
sabe que esse seu mundo
Dura
um segundo no tempo.
Martim
César
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