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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Mas quanto vale a poesia?
Náufragos
urbanos
Nós
somos náufragos urbanos
Somos
a parte dessa arte
Que
ficou fora dos planos
Nós
na verdade sempre estamos
Fora
das leis de mercado
Longe
dos padrões mundanos
Mas
quanto vale a poesia?
E,
afinal, quem pagaria
Por
uma canção urgente...
Que
seja como a juventude
Quando
surge a inquietude
De
um caminho diferente?
Nós
somos náufragos urbanos
Somos
o avesso, o pé esquerdo
O
desespero dos tiranos
Nós
na verdade sempre estamos
A
nadar contra a corrente
E
nem à força nos calamos
Mas
quanto vale a poesia?...
Nós
somos, sim, o passo errado
O
descompasso, a imprecisão
A
perdição dos bem criados
Mas
mesmo assim, o engraçado
É
que pensamos que ser livre
Não
nos parece ser pecado
Martim
César
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
O tempo que corre fora, não é o que corre por dentro. Caminhos de Si

O
meu relógio às avessas
(Diego Müller/Martim César)
Fiz
um relógio às avessas
Pra
o tempo voltar, por si...
Como
a buscar, tendo pressa
Os
dias que eu já vivi...
Girando
pelo anti-horário,
Contar
dois depois do três...
Ir
atrás... no calendário
Rever
meu mundo outra vez!
Sendo
igual a engrenagem
Os
mesmos são os ponteiros!
Mas
nessa estranha viagem
O
fim começa primeiro
Tudo
igual... mas diferente
Porque
é inverso o sentido
Cada
passo dado em frente
É
menos um dia vivido!
Fiz um relógio às
avessas
Pra regressar a esse
mundo
Até onde tudo
começa
Desde o primeiro
segundo
Mas descobri, na
jornada
Indo ao revés no
caminho
Que quanto mais eu
andava
Mais eu ficava
sozinho.
O
tempo só anda em frente
-
É a regra mais que sabida! -
Vamos
todos na corrente
De
um rio que se chama vida
Mas
se chegasse essa hora
De
andar no tempo às avessas
Será
que a nossa escolha
Seria
– de fato – essa???
Melhor
seguir esse rumo
Igual
aos nossos iguais
Sempre
adiante, todos juntos
Os
filhos depois dos pais
Por
algo somos humanos
E
à humanidade seguimos...
Vida
a fora, ano a ano
Cumprindo
o nosso destino!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Há coisas que têm valor, outras que só têm preço. Martim César
Náufragos
urbanos
Nós
somos náufragos urbanos
Somos
a parte dessa arte
Que
ficou fora dos planos
Nós
na verdade sempre estamos
Fora
das leis de mercado
Longe
dos padrões mundanos
Mas
quanto vale a poesia?
E,
afinal, quem pagaria
Por
uma canção urgente...
Que
seja como a juventude
Quando
surge a inquietude
De
um caminho diferente?
Nós
somos náufragos urbanos
Somos
o avesso, o pé esquerdo
O
desespero dos tiranos
Nós
na verdade sempre estamos
A
nadar contra a corrente
E
nem à força nos calamos
Nós
somos, sim, o passo errado
O
descompasso, a imprecisão
A
perdição dos bem criados
Mas
mesmo assim, o engraçado
É
que pensamos que ser livre
Não
nos parece ser pecado
Mas quanto vale a poesia?
E, afinal, quem pagaria
Por uma canção urgente...
Que seja como a juventude
Quando surge a inquietude
De um caminho diferente?
Martim
César
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Um segundo antes do fim...
Um
segundo antes do fim
Foram tantas
madrugadas pela vida
Feito um barco à
deriva
Navegando, meu
amor, sem ter um cais
Tinha em mim
tantos acenos de partida
No olhar a
nostalgia
De
quem tem o seu destino preso ao mar
Se
eu sonhasse a primavera
E
pintasse o chão de flores
Nem assim eu tinha as cores
Que eu só vi nos olhos dela.
Nem
assim...
Se
eu tivesse o dom em mim
De
expressar-me em poesia
Nem assim eu poderia
Explicar o que eu senti.
Um
segundo antes do fim... o Armageddon!
Supernova
em distensão... o som
Da
explosão dentro de mim.
Quando
tu me encontraste um dia,
A tormenta de
repente se desfez
E as velas sempre
abertas pro adeus
Se renderam,
enfim, ao sabor da calmaria.
Alma
em flor...
Descobri
que não tem como, nem porquê...
Meu
amor, eu só sei que já não posso
Mais
viver sem você.
Eu
que andava na imensidão do mar,
Eu
queria somente ser teu cais,
Encontrei
em teu porto a minha paz!
Ser teu chão...
ser tua casa... ser teu par!
Martim César
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
A flor vencendo canhões... Geraldo Vandré
Além
da sombra dos muros
Além
da sombra dos muros
Mas
cada vez bem mais perto
O
homem muda seu mundo
Transforma
a mata em deserto
Sai
em busca de outros planos
-
como sonhando ter asas -
(Talvez
porque em sua volta
Já
não terá mais sua casa)
Somente
pensa no lucro
Envenenando
o plantio
Pouco
lhe importa o ar puro
E
a sede no olhar dos rios
Porém
aqui deste lado
Aos
poucos que ainda somos
A
Terra faz um chamado
Dizendo
que não tem dono
E
tendo a canção por bandeira
Vamos
cavando trincheiras
Tentando
deter em versos
Os
que só creem no progresso
Para
sua própria riqueza
Destruindo
a natureza
Nessa
loucura incontida
Sem
entender que a vida
É
o maior valor do universo.
Além
da sombra dos muros
O
homem só vive em guerras
Para
vender armamentos
Para
cada vez ter mais terra
Expulsam
os seus nativos
Cultivando
a intolerância
Mas
esquecem que seus filhos
Não
se alimentarão de ganância
E
que o futuro está à frente
Mas
se decide no agora
Se
não seremos somente
Não
mais que poeira na História!
Martim
César
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Navegar é preciso, viver não é preciso. Petrarca/ (Fernando Pessoa)
Um
lugar longe daqui
Eu
vou sair sem rumo dia desses
E
nada mau se aparecesses
Pra
fugir junto comigo
Vamos
pro Alaska ou pro Caribe
Lá
onde nada nos proíbe
De
fazer o mundo ter sentido
Vida
é andar longe da estrada
Uma
velha calça desbotada
Tão
só a mochila pra levar
Vida
é nos perdermos pelo mundo
É
mergulhar no mar profundo
E
ter o céu dentro do olhar
Quero
uma canção que seja livre
Pra
dizer que o que eu já tive
É
bem menor do que eu serei
Quero
é dizer aos quatro ventos
Que
de hoje em diante todo o tempo
A
minha lei é não ter lei
Eu
sonho esse dia libertário
Sem
mais papéis, sem mais horários
Nós
dois e a vida, nada mais
Nós,
uma canção e uma guitarra
Soltando
ao vento as amarras
Que
a terra já ficou pra trás.
Nós,
soltando ao vento as amarras
Que
o resto já ficou no cais.
Martim
César
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Vuela en el viento mi canción....
Camino del recuerdo
Caminaré
Por esas calles que hace
tiempo fueron mías
Y buscaré
El sol clarito que alumbraba
aquellos días
de mi infancia
Pequeña flor que se durmió
En el recodo de un jardín
Recordaré
Los mediodías en la sombra
de una higuera
Y aquél abuelo
Que cuidaba parejeros pa’ las
pencas
de domingo
Lejana voz que se grabó
En mi vivir de cunumí
Yo volveré...
Más temprano que tarde volveré
A reconocerme en la mirada de
mi gente
Y en la nostalgia de algún
paisano trovador
Yo volveré...
Más temprano que tarde volveré
Y aunque tanto tiempo estuve
ausente
Verá mi pueblo que lo llevo en
mi canción
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Si piensas volver al pago no tardes mucho...
Cuando el
Sur no es tan solo una palabra
Cuando
el Sur no es tan solo una palabra
Es tu voz y tu canción, es
tu mano y tu guitarra
Es la calle de tu infancia y
es el patio de tu casa
Es tu madre que te acuna y es
un canto de cigarras
Cuando el Sur no es tan solo
un rumbo más
Es un poco de alegría frente
a tanta soledad
Es un tiempo de muñecas y
castillos de cristal
Es un río que no sabía si
era río o si era mar
Porque allá se ha quedado la
charla de tus viejos
Los vecinos preguntando:
"Hola, nena,¿Cómo estás?"
Las huellas de tus pasos, la
historia de tus muertos
Y ese sueño que es más
fuerte que cualquier realidad
Porque el Sur hoy es un
tiempo
más que un pueblo o un lugar
Es la casa que no olvidas y que
nunca olvidarás...
Porque el Sur hoy es la vida
que ya nunca volverá
Es un río que no sabía si era
río o si era mar
Cuando el Sur no es tan solo
una palabra
Es el sol en tu ventana y el
lucero en el alba
Las mañanas del colegio y las
tardes de algazarra
El recuerdo de tu abuela y el
dulzor de su mirada
Cuando el Sur no es tan solo un
rumbo más
Es el barrio en que creciste y
las horas de jugar
Es el beso de tu padre, su
presencia y su amistad
Es un río que no sabía si era
río o si era mar.
Martim César
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Carpe Diem
Pelas
fronteiras do tempo
Se
sou um rio de águas mansas
Embora
em meio a corredeiras
Por
que me amargam as distâncias
Por
que me doem as fronteiras?
Mesmo
as fronteiras do tempo
O
que eu serei e o que eu fui
Não
mais que poeira no vento
Gota
que no mar se dilui
Quem
sabe por que o passado
Não
passa, às vezes, pra sempre
E
transmite, enfim, seu legado
Invadindo
o chão do presente
Casarios
antigos, ruas empedradas
Museus
de Sacramento, seculares templos
Reduções
jesuitas resistindo ao tempo
Pegadas
de outras eras cruzando nossa alma
Por
isso o sentimento que a imagem provoca
Do
mundo que existiu num dia antes de nós
E
se acaso silenciarmos ouviremos sua voz
Aproveitem
este dia! Eis o tempo que nos toca!
Se
a essas águas tão ligeiras
Ninguém
pode deter jamais
Por
que me agarro às ribeiras
Mesmo
ainda distante do cais?
Talvez
por que a cada passo
Um
tanto de sonhos perdemos
Vai
ficando a ilusão nos retratos
Vai
seguindo o real nos espelhos
Porque
somos carne e memória
-
tendo uma vida por centro -
Vamos
nos modificando por fora
Ainda
que os mesmos por dentro.
Martim
César
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
La única que se pierde es la que se abandona. Madres de la Plaa de Mayo
Cuando
una plaza llora
A
Juan Gelman, por su lucha
Las
madres siguen caminando
En
la Plaza de Mayo
Hace
mucho que son abuelas
De
niños casi olvidados
Pero
no habrá nunca olvido
Para
quién fue sangre y memoria
Porque
una vida nace y muere
Pero
no se apaga su historia
Hoy
los tiempos ya son otros
Pero
quizás sean los mismos...
Los
condores solo están disfrazados
Esperando
en la paz de sus nidos
Una
llovizna cae sobre Buenos Aires
Y
es el llanto de las madres
Con
sus lágrimas de memoria
Más
bien es el llanto del mundo
Recordando
un tiempo oscuro
Cuando
una plaza llora...
Cuando
una plaza llora.
Los
días siguen avanzando
Hacia
el futuro, siempre más
Y
ellas ahí están.. todos los jueves
¡Ni
un paso atrás!... ¡Ni un paso atrás!
Son
golondrinas con pañuelos blancos
Que
levantan la bandera de sus hijos
Con
su ejemplo van mostrando al mundo
Que
ellos son mucho más que desaparecidos
¡Aparición
con vida!... siguen resistiendo
Marchan
en la plaza, son como palomas
Sólo
hay una lucha que al fin se pierde...
Aquella,
compañero, que un día se abandona
Alan
Otto/Martim César
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Temos nosso próprio tempo... Renato Russo
O calendário
Quando
chegamos ao mundo
O
tempo não nos importa
É
só um distante futuro
Muito
além da nossa porta
Na
parede, o calendário
(Sem
ter pressa) nos espera
Pois
sabe o dia e o horário
Em
que parte a primavera
Depois
o sol sobre as casas
Enfim
à estrada convida
Já
é hora de abrir as asas
Para
a primeira partida
Assim,
por livres, corremos
Quase
sem tocar o chão
Enquanto
o tempo - sereno -
Esmaece
a luz do verão
Um
dia, sem mais porquê,
Ao
diminuir nosso passo
Começamos
a entender
Que
somos tempo e espaço
E
o calendário nos mostra
Que
tudo aquilo que fomos
É
vida que não tem volta
Tal
como folhas no outono
O
que adiantou tanta pressa?
Tanto
correr contra o tempo?
Se
toda a verdade é essa:
Só
o que existe é o momento!
Somos
peças - nada mais -
De
um ciclo que não é eterno
Chama
de um brilho fugaz
Que
sempre acaba no inverno
Martim
César
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