Pelas
fronteiras do tempo
Se
sou um rio de águas mansas
Embora
em meio a corredeiras
Por
que me amargam as distâncias
Por
que me doem as fronteiras?
Mesmo
as fronteiras do tempo
O
que eu serei e o que eu fui
Não
mais que poeira no vento
Gota
que no mar se dilui
Quem
sabe por que o passado
Não
passa, às vezes, pra sempre
E
transmite, enfim, seu legado
Invadindo
o chão do presente
Casarios
antigos, ruas empedradas
Museus
de Sacramento, seculares templos
Reduções
jesuitas resistindo ao tempo
Pegadas
de outras eras cruzando nossa alma
Por
isso o sentimento que a imagem provoca
Do
mundo que existiu num dia antes de nós
E
se acaso silenciarmos ouviremos sua voz
Aproveitem
este dia! Eis o tempo que nos toca!
Se
a essas águas tão ligeiras
Ninguém
pode deter jamais
Por
que me agarro às ribeiras
Mesmo
ainda distante do cais?
Talvez
por que a cada passo
Um
tanto de sonhos perdemos
Vai
ficando a ilusão nos retratos
Vai
seguindo o real nos espelhos
Porque
somos carne e memória
-
tendo uma vida por centro -
Vamos
nos modificando por fora
Ainda
que os mesmos por dentro.
Martim
César
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