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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Argentina - Brasil o Corrientes - Rio Grande do Sul

Sábado / Gicela Mendez Ribeiro y Aluisio Rockembach (juntos por 1º vez en Corrientes)



Gicela y Alusio se conocen hace mucho, tocaron varias veces en distintos escenarios de Brasil y Argentina pero se congregan este sábado por primera vez en Corrientes en una función inédita, personal y exclusiva que sería mucho más que una picardía perderse semejante espectáculo de chamamé.

El sábado 22, a las 21,30 hs. en el Teatro de la Ciudad,  (Pasaje Villanueva 1470)  la cantante Gicela Mendez Ribeiro que desde hace más de 20 años cautiva con su dulce voz en distintos escenarios del mundo, se reúne por primera vez en Corrientes con uno de los mejores acordeonistas brasileño, el joven y eximio compositor Aluisio Rockembach. 

Presentan un show que se basa en el chamamé como elemento integrador y de esa manera sintetizar la combinación regional como receta para el crecimiento cultural y el bienestar de los pueblos. Unificación que se da de hecho y por más de una década y que se sintetiza en este show que es fruto de encuentros musicales informales, entre Gicela y Aluisio que vienen tocando juntos hace varios años.

Juntos compitieron en el 13º Bivaque da Poesia Gaúcha y el 14º Acampamento da Canção Nativa en Campo Bom, los 2 en Brasil, este ultimo festival recibió mas 700 canciones y seleccionó 12, entre ellas “Tu canción” un chamamé compuesto por Aluisio Rockembach y Martim César Gonçalves, interpretado por Gicela que viajó a Brasil especialmente para defender la canción y que se llevo el premio como “Mejor interprete” del festival.

El sábado tiene un show imperdible, que solo para 120 personas, donde se podran apreciar a 2 jovenes exponentes de la mejor música del litoral sudamericano. La entradas anticipadas la conseguis en el teatro de la ciudad a $80.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Letra vencedora da Moenda 2015 e crítica do Náufragos Urbanos - dois orgulhos

Antena - ZH 15/08/2015 - Coluna Juarez Fonseca

Náufragos Urbanos, de Martim César, Ro Bjerk e Ricardo Fragoso – Raríssimos letristas gaúchos navegam com naturalidade entre a música nativista e a MPB. Lembro dois grandes: Apparício Silva Rillo e Sergio Napp. Também poeta e escritor com cinco livros, e prêmios em muitos festivais, Martim César é um deles. Este sétimo álbum em 20 anos de carreira, segundo com temática urbana, comprova o talento para versos universais e ritmos como o samba, predominante no CD. São oito parcerias com Ricardo Fragoso e cinco com Paulo Timm, ambos da Zona Sul do Estado – como Martim, que é de Jaguarão. Ao lado da ótima cantora Ro Bjerk e de músicos da competência de Aluísio Rockembach (acordeão) e Daniel Zanotelli (sax), Fragoso (voz, violão, arranjos) afirma o caráter discursivo, incisivo, até político, das palavras de Martim e seu parentesco com Dylan, Vandré, Belchior. Mas tudo com sotaque gaúcho. Um disco surpreendente. Independente, R$ 20, contato em martices@bol.com.br 





Aprendizagem
               
                Se hoje o barco em que eu navego
                Já não teme singrar águas revoltas
                É porque as curvas misteriosas desse rio
                (que há tempos já não nego)
                Sabem há muito que estou pronto
                E que vou assim ao seu encontro
                Corpo leve, alma aberta, velas soltas

                Mas confesso, se eu pudesse
                Eu voltava pra esse tempo
                De pandorga solta ao vento
                Onde nem o tempo havia
                Quando a alma tinha asas
                Onde o mundo era as casas
                A vida o sol de cada dia

                Mas confesso, se eu pudesse
                (só, talvez, por um segundo)
                Eu voltava pra esse mundo
                Onde iniciei meu destino
                Quando a vida tinha asas
                Onde ainda junto às casas
                Estão meus passos de menino

                Se hoje as pedras que eu enxergo
                Já não podem desviar-me do caminho
                É porque eu já sei do imenso desafio
                De receber menos do que entrego
                De ver que são complexos os amores
                Pois só sabe dar valor ao mel das flores
                Quem entende a razão dos seus espinhos.


                                                               Martim César
                                                                                               Música: Zebeto Correa

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Mas será que não somos mais índios que brancos?





Outras margens  (Diego Müller/Martim César)     


Cambiou o mundo de pronto, sem nem se entender porquê
E se calaram teus cantos, teu mundo se fez tão raro,
Que a vida altiva de antes perdeu o entono de ser...
Já não há lanças, nem cruzes, nos ranchos de lona e barro!

O rio que foi teu caminho, hoje é mais uma autopista
Onde não cruzam os peixes, só há tristeza e escassez
Há cidades e alambrados, na terra a perder de vista
Mas as matas, com teus rastros, não cruzarás outra vez!

Te reservaram outras margens às margens das rodovias
Ou em reservas mal vistas, sombra dos sóis ancestrais
Mas onde estarão os teus cantos e onde o verde que havia?
Rompeu-se o tempo de um mundo que não voltará nunca mais!

Talvez o branco compreenda - se já não for tarde demais -
Que está matando sua vida em sonhos artificiais
E busque no mundo índio, o que perdeu de harmonia...
Não há dinheiro que compre sequer um pouco de paz!

E passam carros correndo no asfalto das correntezas
- Não são canoas de antes cruzando águas serenas -
Para os que vão nesses barcos, só a pressa é a certeza
Morrem em busca de um tempo que por correr lhes condena

Nas miradas que se cruzam há dois olhares distintos
Dois modos de ver a vida sobre léguas de estranheza
Te olham como se fosses um ser já de há muito extinto

E não como alguém que sabe que é parte da natureza!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Calendário possível - Segundo semestre 2015



    09 Setembro – Pré-lançamento CD Canciones que nacen del camino – Parrillada Mercado Del Puerto Pelotas 22:00


22 Outubro – Lançamento CD Náufragos Urbanos – Biblioteca Pública Pelotense – 20:00


09 Outubro - Lançamento CD Náufragos Urbanos – Semana de Herval – 20:00


24 Outubro – Lançamento CD Náufragos Urbanos –
Teatro Esperança – Jaguarão – 21:00


21 Novembro – Lançamento Canciones que nacen del camino – Teatro Esperança – Jaguarão – 21:00


17 Dezembro – Lançamento CD Caminhos de Si – o tempo –
Biblioteca Pública Pelotense – 21:00


19 Dezembro - Lançamento CD Caminhos de Si – o tempo – Teatro Esperança – Jaguarão – 21:00

 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Una moneda, por favor...



          Calle Soledad


Tengo un pantalón roto
Y una canción
        Una guitarra con rasguños
        Y un corazón
        Que perdí en una noche
        Cuando salí
        A buscar lo que ya estaba
        Dentro de mí
        Laberintos del amor...

        Tengo una mirada oscura
        De papel carbón
        Unos zapatos ya gastados
        De andar al sol
        Y un alma que no para
        De andar por ahí
        A cruzar la madrugada
        Buscando por ti
        Sin darme razón...

        Es la calle Soledad
        Donde va el amor
        A reírse de quien sueña
        Robarle una flor

        Es la calle Soledad
        Hágame el favor
        De dejar una moneda
        Gracias, mi señor

        Una calle sin salida
        Rumbo al dolor
        Es la calle Soledad
        Donde va el amor.


                                                Martim César

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Penso, logo resisto

Cementerio De Elefantes O Bosque De Elefantes

Tela: Bosque de elefantes - Oscar Dominguez

Cemitério de elefantes

Às vezes penso que escrevo
Com a tola pretensão de deixar rastros
Para o futuro.
E cada vez que penso nisso, eu me pergunto:
Para quê?
Mesmo que essas pegadas escritas
Conseguissem sobreviver à intempérie
de um mundo cada vez menos atento
a essas digressões, a esses devaneios,
O futuro – esse Deus implacável -
Pertence a um tempo em que eu
Certamente não estarei mais aqui.
E já nada importará!
Qual seria, então, a lógica desse ato insano?

E sempre que penso assim, obtenho
A mesma e misteriosa resposta:

Sou o ínfimo elo de uma corrente,
Que não me cabe vislumbrar de todo.

Igual ao cachorro que esconde o osso
Para os dias de escassez,
Mesmo quando essa escassez já não existe.
Ele recorda, sem saber, os dias
De uma antiga e esquecida glaciação,
Quando assim era preciso.

Qual o elefante que sabe o lugar
Onde deve ser o seu final,
Mesmo sem nunca ter lá estado.
Ele recorda onde é, sem saber como.

Somos parte de uma engrenagem
Chamada vida.
Mesmo quando já não estivermos
Vivos.
Por isso,
Com toda essa tolice de escrever
Para um futuro ausente,
Ainda assim,
Quando perguntado – como Suassuna –
Se temo a morte...

A minha resposta é exatamente igual à dele:
Não! Não temo!
Temo, isto sim, que ela chegue a mim
No meio de um poema em que eu
Estiver ali, sem saber por que, escrevendo,
justificando a minha vida.

Martim César





terça-feira, 21 de julho de 2015

Um avô chamado Darwin - Martim César




Um avô chamado Darwin

            Naquela manhã de milhões de anos atrás, em pleno coração da África, um distante avô de Charles Darwin comprovou a teoria da evolução das espécies, antes mesmo dela ter sido criada por seu famoso neto. Ao erguer-se sobre as patas traseiras, provocou alguns efeitos não muito fáceis de analisar. A faculdade de poder olhar para a infinidade do céu, que a partir de então o tornaria diferente das demais espécies, daria origem à propensão humana de questionar o universo que o cercava. Havia muitas perguntas para fazer; poucas respostas para dar. Algumas explicações tardariam uma infinidade de gerações; outras, talvez, jamais fossem respondidas. Esse pequeno gesto - que seria repetido doravante sucessivamente a cada amanhecer - engendrou a mutação que o faria dominar o minúsculo grão de areia que habitava, e que viria, posteriormente, a ser chamado de Terra. Ao sustentar-se na vertical, percebeu a estranha ociosidade dos membros dianteiros. As mãos estavam soltas no ar. Quando chegou o meio dia, sol a pino, esse avô utilizou aquela nova condição para fabricar os seus primeiros instrumentos. O seu cérebro, agora provocado, desafiado, obrigado a dar função para as mãos, começou a crescer. Quando a tarde já estava se aproximando do final e a sempre perigosa escuridão se acercava, aprendeu a dominar o fogo. Chegou a noite e depois veio o dia e depois veio outro dia. E outro dia depois do outro dia. Infinitamente. Assim, foi aperfeiçoando seus instrumentos. Uma estranha necessidade de deixar um rastro para o futuro também foi afastando esse ser dos demais. Pintou nas cavernas. Esculpiu na pedra e moldou o barro. Dessa forma inventou a arte. Buscando a necessária sobrevivência da espécie foi preciso ensinar o que aprendera aos seus descendentes e, com isso, engendrou a cultura. Primeiro com os gestos, depois com a palavra e mais adiante com a escrita. Depois nasceu outro dia e, embora fosse igual aos dias que o antecederam, ele - o homem - já não era o mesmo. Carregava consigo a bagagem de conhecimentos adquiridos em sucessivas gerações. E assim o avô chegou ao neto, e os milhões de anos que os separavam não foram mais do que os segundos que se leva ao lermos algumas palavras em uma folha de papel. Vidas humanas cruzando como em uma corrida de revezamento. Os que chegaram antes: ensinando; os que vieram depois: aprendendo. O avô tornou-se o neto e o neto tornou-se o avô. Que é o avô de outro neto. E assim sucessivamente até chegar aqui. Neste exato instante. Que agora já passou.

Martim César

terça-feira, 30 de junho de 2015

Temos todo o tempo do mundo... não temos tempo a perder! Renato Russo



A contra luz


A vida é um trem veloz pronto a partir de uma estação
Descem alguns, sobem mais uns e logo, logo já se vão
Já não há tempo para abraços ou conversas demoradas
Quando se vê já está chegando outra vez uma parada

O não viver é somente uma das faces escondidas dessa morte
Que nos conduz, que nos faz frágeis, por saber-se ser tão forte
Que tempo temos, meu amor, para as pessoas que queremos?
Um dia, talvez, vamos chorar a vida, enfim, que não vivemos


Mas, afinal, qual será mesmo a nossa fruta preferida?
Não será a hora de apreciarmos o porquê do seu sabor?
O mundo corre por aí... deixa então que se vá em sua corrida!
A vida é um flash nada mais que quando vemos se apagou.

(Quando vemos, meu amor, já se apagou.)


Vemos a curva dessa estrada e há uma outra curva mais além
Qual a razão de tanta pressa, quem é que ao certo sabe bem?
Mariposas cegas vamos todos, em círculos a voar a contra luz
Nesse girar em torno ao nada que a uma manada nos reduz

Quero a quietude solitária de uma tarde frente ao mar
Quero amigos sem urgências com quem se possa conversar
Gastar a hora junto aos meus, pois essa hora não é perdida
Perder tempo é ganhar... essa é a razão da própria vida.


Martim César

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Assista a música "Se meus sapatos saírem por aí" - Parceria Chico Saratt/Martim César

Se quiserem ver/ouvir uma música diferente:

Confira este vídeo no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=9RWRFH4TvBw&feature=youtu.be


Se meus sapatos saírem por aí
                       
                Meus sapatos se escaparam por aí
                Talvez buscando esses lugares
                Onde um dia eu vivi
                Saíram sem me consultar
                Feito quem vai pra não voltar
                Sem sequer no adeus se despedir 
       
                Mas, meu amor, repare não
                Pois na verdade só estão
                Um tanto mais sentimentais
                Longe de mim ficam assim
                Flor sem jardim, vazios demais
               
                Sapatos têm modos estranhos
                Vários tamanhos, apenas uma condição
                Levarem sempre tanta gente
                De lá pra cá, rumando em frente
                Sem nem saberem aonde vão

                Mas, meu amor, se meus sapatos
                - talvez assim, sem mais porquê -
                Se recordarem dos teus passos
                E chegarem um dia até você

                Não corra não, que só estão
                Gastos de poeira e abandono
                Iguais a um cão que não tem dono
                Feito sapatos... sem ter chão!


terça-feira, 9 de junho de 2015

Náufragos Urbanos - Lançamento do CD - Porto Alegre



Náufragos urbanos

                Nós somos náufragos urbanos
                Somos a parte dessa arte
                Que ficou fora dos planos
                Nós na verdade sempre estamos
                Fora das leis de mercado
                Longe dos padrões mundanos

                              Mas quanto vale a poesia?
                E, afinal, quem pagaria
                Por uma canção urgente...
                Que seja como a juventude
                Quando surge a inquietude
                De um caminho diferente?

                Nós somos náufragos urbanos
                Somos o avesso, o pé esquerdo
                O desespero dos tiranos
                Nós na verdade sempre estamos
                A nadar contra a corrente
                E nem à força nos calamos

                Mas quanto vale a poesia?...        

                Nós somos, sim, o passo errado
                O descompasso, a imprecisão
                A perdição dos bem criados
                Mas mesmo assim, o engraçado
                É que pensamos que ser livre
                Não nos parece ser pecado


                                                                          Martim César