Outras margens (Diego Müller/Martim César)
Cambiou o
mundo de pronto, sem nem se entender porquê
E se
calaram teus cantos, teu mundo se fez tão raro,
Que a vida
altiva de antes perdeu o entono de ser...
Já não há
lanças, nem cruzes, nos ranchos de lona e barro!
O rio que
foi teu caminho, hoje é mais uma autopista
Onde não
cruzam os peixes, só há tristeza e escassez
Há cidades
e alambrados, na terra a perder de vista
Mas as
matas, com teus rastros, não cruzarás outra vez!
Te
reservaram outras margens às margens das rodovias
Ou em
reservas mal vistas, sombra dos sóis ancestrais
Mas onde estarão os teus cantos e onde o verde que havia?
Mas onde estarão os teus cantos e onde o verde que havia?
Rompeu-se o tempo de um mundo que não voltará nunca mais!
Talvez o branco compreenda - se já não for tarde demais -
Que está matando sua vida em sonhos artificiais
E busque no mundo índio, o que perdeu de
harmonia...
Não há dinheiro que compre sequer um pouco de
paz!
E passam carros correndo no asfalto das correntezas
- Não são canoas de antes cruzando águas serenas -
Para os que vão nesses barcos, só a pressa é a certeza
Morrem em busca de um tempo que por correr lhes condena
Nas miradas que se cruzam há dois olhares distintos
Dois modos de ver a vida sobre léguas de
estranheza
Te olham como se fosses um ser já de há muito
extinto
E não como alguém que sabe que é parte da
natureza!
Martim,
ResponderExcluirGostei demais. O tema é deveras apaixonante. Nunca é demais tentar entender "outras" culturas. E digo isso em qualquer questão que se refira a qualquer etnia. Cumprimentos. Blog do Wenceslau.
Salve Wenceslau
ResponderExcluirGracias
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Abraço