A
fortaleza
Era
uma fortaleza inexpugnável.
Dizem
os que a cercaram e ainda vivem,
Que
durante tempos mais eternos que o próprio tempo,
Ela
resistiu a todas as investidas.
Dizem,
também, que os maiores cérebros da humanidade,
Através
dos cálculos e das tecnologias mais avançadas,
Inventaram
armas cada vez mais potentes e destrutivas,
E
que, mesmo assim, nem canhões, nem mísseis,
Nem
bombas infalíveis lançadas com precisão cirúrgica, Alcançaram
destruir as suas muralhas defensivas.
Era
uma fortaleza realmente inexpugnável,
Até
o dia em que um louco que nada entendia de batalhas,
Nem
de guerras, nem de cercos, nem de táticas militares,
E
muito menos de complicadas estratégias de combate,
Inventou
uma estranha arma
que
chamou de poesia.
E,
por primeira vez - e para sempre -,
Foi possível penetrar no quase inexpugnável
coração
dos homens.
Martim César
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