Desígnios
Não
que eu quisesse desfazer o dito
E
dizer que o escrito num poema feito
Sangrando
meu peito fosse sem razão
Não
que eu falasse em perder o norte
Temendo
essa sorte que tive contigo
Procurando
abrigo longe da ilusão
Não
que eu fizesse um novo caminho
Para
andar sozinho esquivando a dor
Por
temer que a flor me ferisse um dia
Não
que eu sonhasse acordar o tempo
Em
que o sentimento já não fosse mais
Que
um dia de paz, tarde em calmaria...
Mas
a vida às vezes tem os seus desígnios
Nos
esconde signos, não nos mostra a curva
E
em noites turvas nos atira ao chão
Mas
a vida às vezes chega sem cuidado
Nos
pega cansados, copo derramando
E
é sempre quando vence a solidão
E
é sempre quando, gota transbordando
Flor
despetalando, a dor nos esperando
Amor
naufragando... nasce uma canção.
Martim
César
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