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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Quando a indesejável das gentes chegar... Manuel Bandeira



Um dia no calendário

Há um dia no calendário
Pelo qual sempre passamos
Que contém o exato horário
- só diferente no ano -
Do inverso do aniversário
Que jamais comemoramos

É a data em que partiremos
Cedo ou tarde dessa vida
Pois desde que nós nascemos
Esse final nos convida
E chegará... (já sabemos!)
Na inevitável partida

Cruzamos por nosso tempo
Como se fôssemos eternos
Nenhum arrependimento
Nenhum abraço fraterno
Jogamos folhas ao vento
E é só um... nosso caderno

Há um dia que é diferente
Mas que o vivemos igual
Que está ali, logo em frente
Em alguma curva fatal
E que escreverá inclemente
O nosso ponto final

Só então chegará o ano
- nele a data repetida -
Onde aquilo que sonhamos
Pesará na despedida
Bem ou mal... o que semeamos
É o que valeu nossa vida!


Martim César/Pedro Munhoz

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