(Que trata de como a imprevisível sorte foi desfavorável ao fidalgo Don Quixote de la Mancha, e de como o vencido, porém honrado cavaleiro, não abdicou de seu imensurável amor por sua senhora Dulcinéia)
O cavaleiro derrotado
Talvez o tempo, que tudo envolve em densas brumas
Possa esquecer o que escreveram tantas plumas
E apague a dor de ver-se os sonhos destruídos
Fidalgo errante, ontem vencedor de mil batalhas
Hoje o que resta? Só o descanso ou a mortalha
A inglória sina que é o espólio dos vencidos
Efêmera é a conquista e toda a glória é passageira
Mas a derrota... essa perdura a vida inteira
Ainda que pouco hoje te reste por viver.
Prefiro a morte! - Hás de dizer - Prefiro a morte!
Já que os deuses não te deram melhor sorte
E á tua amada... tu honrarás até morrer.
Martim César
(Penúltimo poema da saga de D. Quijote no Poemarte)
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