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sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Terra, estão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã.... Beto Guedes
Matéria do Blog Américas:
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Yo era el rey de ese lugar, aunque muy bien no lo conocía... Sui Generis
O
rei
Quando
Cirilo Bocaiúva resolveu auto-proclamar-se rei, quase todos caçoaram
dele. Outros - poucos, é bem verdade - mantiveram um constrangido
silêncio, talvez já desconfiando das possíveis conseqüências
daquela intempestiva atitude.’Onde se viu? – Gritaram uns – A
monarquia não vingou neste país e, agora, mais de um século
depois, vem um demente falar de realeza... Ora veja! Mas que coisa
mais sem fundamento! É só um louco solitário gritando coisas
disparatadas!’ Os outros, cautelosos, continuaram quietos. Em
silêncio ficaram, não por que o auto-proclamado rei estivesse louco
e, sim, por que haviam já se acostumado aos seus rompantes
costumeiros e, assim, já adivinhavam aonde chegaria tal propalada
coroação. De tempos em tempos lhe surgia uma nova vocação, uma
nova ideia genial, um novo caminho messiânico capaz de salvar quem
lhe quisesse seguir de todos os males presentes e futuros.
Obviamente, dizia ele, não lhe importava salvar a humanidade - que
esta era negligente e acéfala por natureza, asseverava - porém
salvaria àqueles privilegiados que conseguissem ver o mundo com os
olhos do conhecimento. Do seu conhecimento. Quem quisesse seguir
idealismos baratos, que não os seus, estavam - por algum desígnio
que não fazia muita questão de explicar – fadados ao fracasso.
Estrondoso fracasso. Não lhe criam? Pois que esperassem. O tempo,
sempre ele, haveria de lhe dar razão.
Impassível.
Indiferente à ignorância da plebe, e com todas as pompas que uma
fantasia de carnaval e que um pequeno séquito de incrédulos
cortesãos permitiram, coroou-se rei. Rei Julius I denominou-se.
Mitram Rasec, conhecido como ‘o turco’ (mas que, na verdade, era
árabe), seu mais ferrenho opositor, perguntou-lhe, com um sorriso de
indisfarçável ironia: ‘Julius, como Júlio César... o imperador?
Não!- Contestou - Júlio César, como o próprio nome já diz, era
César, ou seja, imperador. Eu ainda não tenho um império
conquistado e, portanto, sou apenas rei... por enquanto... por
enquanto...’
A
mudança começou a ocorrer, no princípio, lenta, gradual e, depois
, de forma vertiginosa, quando o rei concedeu, através de um édito,
os seus primeiros títulos de nobreza. Os seus seguidores foram
contemplados, conforme a fidelidade e a capacidade administrativa de
conduzir o reinado (esta aferida pela realeza, obviamente);
tornando-se barões, condes, viscondes, e até mesmo duques. Em uma
cerimônia que ocorria semanalmente nas dependências de um bar (que,
nesse ínterim, havia se transformado - ao menos para aqueles
frequentadores - em castelo) havia sempre um novo nobre recebendo o
seu título. Conde de Cacimbinhas, Barão das Pedras Brancas,
Visconde de Airosa Galvão, Duque do Cerro Chato e assim por diante.
Estes, enobrecidos, se antes acompanhavam sua majestade mais por ver
aonde iria chegar tal aventura, agora já se moldavam à nova
condição. Nos encontros já se cumprimentavam à maneira dos
nobres. ‘Como anda o senhor Conde de Pedras Altas? Não tão bem
quanto o senhor Duque do Arroio do Meio... não tão bem...’
Quando
os primeiros passaram a usar cartolas e roupas extravagantes para o
calor dos trópicos, já não causaram a estranheza que seria de se
esperar. Em breve o que parecia ser uma peça de teatro ou um
regresso a um passado distante, tornou-se corriqueiro. Automóveis
foram trocados por carruagens. Motoristas por cocheiros. Pombos foram
novamente amestrados para servirem de correios. Nos saraus, agora
redimidos, o minueto e a valsa passaram a serem tocados novamente. E
todos, ou quase todos, rendiam homenagens ao rei. Ao grande rei
Julius I. A paz e a alegria haviam regressado. Não mais se discutia
política. Afinal, não poderia haver oposição a um rei. Não mais
desvios de verbas. Não mais direita ou esquerda. Não mais eleições
conturbadas. Não mais... não mais...
A população,
plebeia como deve ser a população de um reinado, certa de que
aquele rei era uma espécie de messias, pois, afinal, os reis são
escolhidos por direito divino, gritava nas ruas: ‘Vida longa ao rei
Julius I... vida longa à família real’. Família, esclareça-se,
porque o rei, arvorando-se no seu legítimo direito, estava para se
casar com uma das aldeãs, a mais bela do seu reinado, a qual,
logicamente, não pôde recusar o nobre privilégio de ser rainha,
mesmo sabendo que o rei não deixaria de ter os agrados de várias
cortesãs e concubinas, como, aliás, cabe a todo rei que se preze.
Passado
algum tempo, incluindo nisso as bodas reais com todas as festividades
inerentes a uma festa de tal envergadura, ninguém mais se atrevia a
sequer discutir o advento da monarquia. Ninguém mais... exceto uma
pessoa: o turco, melhor dizendo árabe, Mitram Rasec. Mas seja por
ter ficado sozinho pregando que todos os outros eram lunáticos
seguindo um lunático-mor, seja por terem seus argumentos se tornado
repetitivos, já não havia quem lhe desse ouvidos. Quando ele
ensaiava a sua ladainha, algum nobre passante, fosse conde, barão ou
duque, contestava para os demais transeuntes:
- É só um louco solitário gritando coisas disparatadas!
No entanto,
depois de muito aguentar queixas recorrentes dos seus súditos contra
as ofensas morais e ao mau exemplo dado pelo insolente, o rei
resolveu adotar medidas drásticas. Instituiu a pena de morte por
enforcamento e o turco, aliás, árabe Mitram Racec foi o seu
primeiro usuário. Foi uma festa até maior que o próprio casamento
real. O verdugo foi um dos últimos amigos a abandonar as ideias
anti-realeza do infeliz turco, isto é árabe Mitram Racec. Aceitara
tal incumbência para provar a sua fidelidade ao soberano,
preservando, assim, o seu adorado pescoço. Carrocinhas de pipoca.
Cambistas vendendo os melhores lugares junto ao cadafalso. Faixas com
dizeres tais como: ‘Morte ao infiel’ ‘Estamos com o rei’ ‘
O rei é o nosso protetor’ e por aí afora. Cânticos organizados
tais como:’ Hei, Hei, Hei... Julius é o nosso rei’, e tantas
outras coisas tão comuns a tais festividades.
Os
detalhes que se seguiram não vêm muito ao caso serem contados.
Apenas é relevante dizer que o turco, leia-se árabe Mitram Rasec,
subiu ao cadafalso, a sentença real foi lida, os tambores soaram e
zás... a única cabeça contestadora do reinado de Julius I rolou
pelo empedrado feito uma bola de futebol. E a plebe, de fato, usou-a
como tal. Uma correria só.
O
rei, desde a posição privilegiada do segundo andar do botequim, ou
seja, do castelo, pensou para si: O tempo, meu incrédulo amigo,
afinal me deu razão. Touché!
Muitos anos
depois, um neto desse primeiro rei, após vencer diversas batalhas
contra aldeias adjacentes ao seu reino, sagrou-se imperador com o
pomposo nome de Julius César III. Infelizmente para ele,
aproveitando-se do enfraquecimento interno da corte (isto ocasionado
em muito pela ambição desmedida dos seus súditos), um plebeu
oriundo de uma seita chamada Confraria dos Céticos insuflou a
população contra o seu soberano. Esse líder insurgente era
descendente direto daquele agitador que fora o infeliz inaugurador da
forca real. Chamava-se Rebelc Rasec. Depois de uma revolução
sangrenta o castelo foi tomado e o imperador foi colocado no próprio
cadafalso que o seu avô criara. Dizem os que presenciaram a execução
que, na hora em que a guilhotina caía sobre o régio pescoço, um
louco fantasiado de bobo da corte, dando cambalhotas e jogando para o
alto e embaralhando o que parecia ser uma coroa, gritava para a
multidão:
-
Viva a anarquia! Abaixo o rei! Viva a anarquia!
Martim
César
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Me perdoe a pressa... é a alma dos nossos negócios. Oh! Não tem de quê...eu também só ando a cem. Paulinho da Viola

Canção
para um breve final
Quanto
vale um sentimento?
Quem
me comprará essa flor?
Se
não me ouve mais que o vento
Quando
vou falar de amor?
Dizem
que o mundo termina
Nos
desastres naturais
Pela
revolta do clima
De
um planeta que se esvai
Mas
penso que antes ainda
-
mais breve que uma canção -
A
vida humana se finda
Por
falta de compreensão
Quanto
vale um sentimento?
Quem
me comprará essa flor?
Se
não me ouve mais que o vento
Quando
vou falar de amor?
Cada
vez menos abraços
Menos
valor pra amizade
Não
há tempo nem espaço
Para
a solidariedade
Esse
é o perigo, no fundo...
É
o fim que chega ligeiro
Pois
todo o dinheiro do mundo
Não
compra um amor verdadeiro!
Quanto
vale um sentimento?
Quem
me comprará essa flor?
Se
não me ouve mais que o vento
Quando
vou falar de amor?
Martim
César
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Vamos precisar de todo o mundo, pra varrer do mundo a opressão... Beto Guedes
Canção
urgente para uma flor perdida
Há
tantos que dizem que o mundo termina
Na
volta da esquina, por conta do tempo...
Na
asa dos ventos, na fúria do clima
Há
outros que juram que o dia está perto
-
o final já é certo! - e que ali, logo em frente
O
mundo da gente será um deserto
Que
esta vida se acaba, todos temos certeza
Pois
a mãe-natureza há muito agoniza
E
- por vezes – avisa que essa hora já chega
Mas,
quem sabe, bem antes, - aqui dentro da gente -
Um
outro mal mais urgente nos traga o final...
É
o de olhar-se um igual tal fosse um ser diferente
Não
há lugar para abraços; para amigos não há tempo!
Tudo
se esvai no momento; em nada se vê poesia...
Afinal,
quem pagaria pelo que só tem sentimento?
Talvez
o homem descubra – mas pode ser muito tarde!
Que
um gesto de amizade é que tem valor verdadeiro
E
que não se leva dinheiro na derradeira viagem...
Martim
César
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu... Chico Buarque
A sombra
A minha sombra torta singra pelo espaço
Ciente
que o que faço nada mais importa
Não
há outro mundo por trás dessa porta
Tudo
enfim se corta ao findar meu passo
Sabe
o caminho - que seguindo - eu traço
Do
mortal cansaço que a alma comporta
Que
o riso tênue de muito não conforta
Toda
essa vida morta, pedaço por pedaço
E
o que restou de mim?Um esboço me parece
Um
poço sem fundo que um dia foi um rio
Um
deserto hostil onde a vida não floresce
Uma
chama em agonia derrotada pelo frio
Um
velho retrato de um tempo que perece
Um
suicida vivo caindo sempre no vazio...
Martim
César
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Carta de um amigo Poeta sobre Jaguarão
Na sexta feira, 19 de julho, fui até
Jaguarão, na verdade fomos a Rio Branco,mas fiquei em Jaguarão para
buscar aqueles cds que estavam extraviados na casa de cultura, depois
fui caminhando até Rio Branco, observando a cultura arquitetônica
que se desenhava a minha frente.
O belo dia de sol e o céu azul valorizavam ainda mais aquela bela cidade, aquele rio, que mais parecia um poema liquido. Levava em suas águas uma paz que se transmitia a mim.
Caminhando em direção à ponte, passei a praça, o velho mercado e confesso que senti inveja daquela gente, uma inveja boa, pois eu que cresci junto a um lugar provinciano, queria naquele momento ter nascido ali, talvez porque esteja desaquerenciado, quando a gente parte fica a mercê do destino.
O fato é que me senti triste, porque gostaria de morar ali, de ser parte integrante daquela bela cidade e me senti impotente diante da vida.
Quanto mais caminhava, mais sentia que fazia parte dali, porque a poesia estava ali, flutuando, pronta para ser captada por algum poeta , e naquele momento eu estava ali, o poeta que habitava em mim era coerente com a circunstância.
Cheguei a Rio Branco lembrando de ti, do Paulo Tim, do Pardal , enfim, dos belos encontros que por ai tivemos.
Voltei pensando, porque será que não nasci em Jaguarão,na fronteira, perto do Uruguay que tanto gosto?
É a vida, é a poesia, que tanto nos deixa nostálgicos, e que tu entendes bem.
Acho que minha irmã em vida chegou mais perto que eu neste cenário tão lindo... eu chego poeticamente.
O belo dia de sol e o céu azul valorizavam ainda mais aquela bela cidade, aquele rio, que mais parecia um poema liquido. Levava em suas águas uma paz que se transmitia a mim.
Caminhando em direção à ponte, passei a praça, o velho mercado e confesso que senti inveja daquela gente, uma inveja boa, pois eu que cresci junto a um lugar provinciano, queria naquele momento ter nascido ali, talvez porque esteja desaquerenciado, quando a gente parte fica a mercê do destino.
O fato é que me senti triste, porque gostaria de morar ali, de ser parte integrante daquela bela cidade e me senti impotente diante da vida.
Quanto mais caminhava, mais sentia que fazia parte dali, porque a poesia estava ali, flutuando, pronta para ser captada por algum poeta , e naquele momento eu estava ali, o poeta que habitava em mim era coerente com a circunstância.
Cheguei a Rio Branco lembrando de ti, do Paulo Tim, do Pardal , enfim, dos belos encontros que por ai tivemos.
Voltei pensando, porque será que não nasci em Jaguarão,na fronteira, perto do Uruguay que tanto gosto?
É a vida, é a poesia, que tanto nos deixa nostálgicos, e que tu entendes bem.
Acho que minha irmã em vida chegou mais perto que eu neste cenário tão lindo... eu chego poeticamente.
Marco Antônio Xirú Antunes
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Lançamento Marco Gottinari
Programa Talentos e Canções Apresenta:
Show de Lançamento do CD "Tudo Uma Canção"
Com Marco Gottinari e Convidados
Dia 05 de Agosto - Domingo - 19hrs
No Cine Teatro Municipal
Locais de venda dos ingressos:( acho que o Gottinari quer
que saia no cartaz)
Radio Cultura
Radio Liberdade
Posto Fita Azul Central
Agro Nunes Madri
(Por Alan Otto Redu)
As mãos deste país
Nessas
mãos rudes do barro
Calejadas
da capina
Da
colheita que ensina
Que
o trabalho ainda compensa
Nessas mãos que
cumprimentam
Com
vigor a um companheiro
Na
franqueza do obreiro
Que
constrói o seu lugar
Nessas
mãos duras da lida
Preparando
a vida
Sulcando
lavouras
Vai
nascendo a semente
Que
brotando gera
No
ventre da terra
A
estação vindoura
Nessas
mãos sangra o suor
Que
enriquece o solo
Madurando
o sol
Que
ainda está por vir
Nessas mãos
marcadas
De
lama e salitre
De
sonhos rurais
De
seiva e raiz
É
nessas mãos caladas
Mãos
abandonadas
Que
germina a paz
Pois
nelas se faz este meu país
Nessas
mãos quarteadas
De
enfrentar geadas
Brandindo
a enxada
Plantando
o futuro
Nessas
mãos sofridas
Ilhadas,
escondidas
Trabalhando
quietas
Na
imensidão
Nessas
mãos humildes
Dessa
gente simples
É
que ainda resiste
A
força deste chão
Martim César
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Llovía y te ofrecí el último café... (Cátulo Castillo/Héctor Stamponi)
Como
toda última vez
Yo
tenia un cenizero lleno
Y
un corazón vacio
Cuando
en tu cigarrillo y en el mío
Una
otra luz se ha prendido.
Ahora
tengo la cabeza llena
-
y no es tan solo cerveza -
Es
como un fuego que empieza
A
quemar mis pocos sentidos.
Prometo
un amor que no tengo
Mientes
que soy tu mejor hombre
Y
te invento un falso nombre
Y
así nos llevamos bien
Nunca
el agua ha saciado
De
un ahogado la sed
Y
siempre más el pez en la red
Si
enreda intentando huir
Ni
toda mentira es oscura
Ni
clara es toda verdad
Y
si te entregas por mitad
Mía
es la parte más tuya
La
vida no tiene reglas
El
precio es que está arreglado
Nosotros
lo hemos pagado
Con
plata y con soledad
Mañana
por la ventana
Nos
borrará el amanecer
Como
si no fuera volver yo me iré
Como
toda última vez.
Maurício Raupp/Martim César
terça-feira, 24 de julho de 2012
Yo era el rey de ese lugar, aunque muy bien no lo conocía... Sui Generis
Recuerdos
de Santa Bárbara
Lá
no terreiro do fundo
Fiz
a minha cruz de sal
Que
desde que o mundo é mundo
Sempre
espantou temporal
Mas
desta vez não me iludo
Santinha,
não leve a mal!
Dona
Lola, benzedeira
Me
diz que se as nuvens negras
Correm
do mar para a terra
Larga
os bois e foge dela
Mas
se vão da terra pro mar
Pega
os bois e vai lavrar
Santa
Bárbara me salve
De
um tempo medonho assim
Antes
que o mundo se acabe
A
balde, diante de mim
E
o céu inteiro desabe
Num
aguaceiro sem fim
Nessas
horas de tormenta
Sempre
volto a ser piá
Lembrando
das corredeiras
Depois
do tempo escampar
Com
barcos de corticeira
Correndo
entre os quintais...
Santa
Bárbara... lembrança
Dos
meus avôs, dos meus pais
Retratos
que na distância
Hoje
estão longe demais...
Os
temporais da minha infância
Estes ventos não trazem mais
Martim
César
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Que Dios ayuda a los pobres... puede que sí... puede que no... pero es seguro que almuerza en la mesa del patrón. Atahualpa Yupanqui (El payador Perseguido)
ANJINHO DE ASAS
PODRES: O CARDEAL.
A parcela do povo que tem um pouco de memoria e
miolo, estranhou a forma como o cardeal Eugenio Sales foi retratado no velório
pelas autoridades. Ele foi apresentado como um combatente contra a ditadura, que
abriu os portões da residência episcopal para abrigar os perseguidos políticos.
O prefeito Eduardo Paes, em campanha eleitoral, declarou que o cardeal "defendeu
a liberdade e os direitos individuais". O governador Sérgio Cabral e até o
presidente do Senado, José Sarney, insistiram no mesmo tema, apresentando dom
Eugênio como o campeão "do respeito às pessoas e aos direitos humanos".
Não foram só os políticos. O jornalista e acadêmico Luiz Paulo Horta escreveu que dom Eugênio chegou a abrigar no Rio "uma quantidade enorme de asilados políticos", calculada, por baixo, numa estimativa do Globo, em "mais de quatro mil pessoas perseguidas por regimes militares da América do Sul". Outro jornalista, José Casado, elevou o número para cinco mil. Ou seja, o cardeal era um agente duplo. Publicamente, apoiava a ditadura e, por baixo dos panos, na clandestinidade, ajudava quem lutava contra. Só faltou arranjarem um codinome para ele, denominado pelo papa Bento XVI como "o intrépido pastor".
Seria possível acreditar nisso, se o jornal tivesse entrevistado um por cento das vítimas. Bastaria 50 perseguidos nos contarem como o cardeal com eles se solidarizou. No entanto, o jornal não dá o nome de uma só - umazinha - dessas cinco mil pessoas. Enquanto isto não acontecer, preferimos ficar com o corajoso depoimento de Hildegard Angel, cujo irmão Stuart, foi torturado e morto pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica. Sua mãe, a estilista Zuzu Angel, procurou o cardeal e bateu com a cara na porta do palácio episcopal.
Segundo Hilde, dom Eugênio "fechou os olhos às maldades cometidas durante a ditadura, fechando seus ouvidos e os portões do Sumaré aos familiares dos jovens ditos "subversivos" que lá iam levar suas súplicas, como fez com minha mãe Zuzu Angel (e isso está documentado)". Ela acha surpreendente que os jornais queiram nos fazer acreditar "que ocorreu justo o contrário!".
Não foram só os políticos. O jornalista e acadêmico Luiz Paulo Horta escreveu que dom Eugênio chegou a abrigar no Rio "uma quantidade enorme de asilados políticos", calculada, por baixo, numa estimativa do Globo, em "mais de quatro mil pessoas perseguidas por regimes militares da América do Sul". Outro jornalista, José Casado, elevou o número para cinco mil. Ou seja, o cardeal era um agente duplo. Publicamente, apoiava a ditadura e, por baixo dos panos, na clandestinidade, ajudava quem lutava contra. Só faltou arranjarem um codinome para ele, denominado pelo papa Bento XVI como "o intrépido pastor".
Seria possível acreditar nisso, se o jornal tivesse entrevistado um por cento das vítimas. Bastaria 50 perseguidos nos contarem como o cardeal com eles se solidarizou. No entanto, o jornal não dá o nome de uma só - umazinha - dessas cinco mil pessoas. Enquanto isto não acontecer, preferimos ficar com o corajoso depoimento de Hildegard Angel, cujo irmão Stuart, foi torturado e morto pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica. Sua mãe, a estilista Zuzu Angel, procurou o cardeal e bateu com a cara na porta do palácio episcopal.
Segundo Hilde, dom Eugênio "fechou os olhos às maldades cometidas durante a ditadura, fechando seus ouvidos e os portões do Sumaré aos familiares dos jovens ditos "subversivos" que lá iam levar suas súplicas, como fez com minha mãe Zuzu Angel (e isso está documentado)". Ela acha surpreendente que os jornais queiram nos fazer acreditar "que ocorreu justo o contrário!".
Raul Elwanger - Gazeta dos tolos
Yo
nunca fui a la guerra
Yo
nunca fui a la guerra
La
guerra es que vino a mí
Y
me dijeron que defendiera
Con
mi bandera y con toda gana
La
tierra noble de mi país
Pero
qué cosas que yo he pensado:
'La
tierra esa de que hablan tanto
Y
que me dijeron que era mía
Siquiera
el polvo tengo en mis manos'
Yo
nunca fui a la guerra
La
guerra es que vino a mí
Y
créamelo porque yo he visto
Bandadas
tristes de niños solos
Por
esas calles de mi país
Pero
qué cosas que yo he pensado:
'Esos
que velan por nuestros sueños
Cuando
uno pide también la tierra
Resulta
siempre que son sus dueños'
Yo
nunca fui a la guerra
La
guerra es que vino a mí
Y
me contaron que pa' los pobres
Dios
regalaba un cielito claro
Donde
la gente iba a ser feliz
Pero
qué cosas que yo he pensado:
'El
cielo ese que es muy bonito...
?Porque
el señor siendo así tan bueno
Aquí
en la Tierra le dió a los ricos?'
Yo
nunca fui a la guerra, hermano
La
guerra esa... es que vino a mí.
Martim
César
sábado, 21 de julho de 2012
Quem segue vários caminos, não segue caminho algum...
Os que semeamos futuro
É
preciso semear a insensata alegria
Quando
a dor nos devia amargar a emoção
É
preciso a coragem de afirmar o destino
E
enfrentar os abismos que nos impõe a razão
É
preciso cuidado, que a mão boa não falte
Que
a estiagem não mate a colheita do pão
É
preciso cuidado, ademais da experiência
É
preciso a ciência de saber a estação
Mas
acima de tudo é preciso esperança
Esse
olhar de criança a pedir nossa mão
É
preciso cuidado, que este tempo nos pede
E
a vida é mais breve do que esta canção
Porque
somos raiz
Razão
da terra nos frutos que vingarão no futuro
Porque
somos país
Nação
a buscar outros rumos para um tempo mais justo
Seguimos,
alma livre e libertária
Nem
a morte nos separa desse dia que há de vir
Seguimos,
coração feito guitarra
Mãos
abertas que preparam um amanhã menos servil.
Martim
César
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