Violeiro
Vital Farias faz saudação ao MST na Virada Cultural em SP
17/05/2010 - MST - Mov. Trabalhadores Rurais Sem Terra
- Brasil
No encerramento da Virada Cultural, em São
Paulo, com o quarteto do show "Cantoria", o violeiro Vital Farias fez uma saudação ao
MST, nesta noite de domingo.
Farias colocou o dirigente do MST João Pedro
Stedile na lista de pessoas que contribuíram na trajetória do quarteto e com o
Brasil.
Depois, o violeiro completou que o MST é o
"movimento mais sério do país".
O show "Cantoria" reuniu, além de
Vital Farias, Elomar, Xangai e Geraldo Azevedo. Mais de 40 mil pessoas
assistiram à apresentação, na Praça Julio Prestes, no centro da cidade.
O quarteto cantou também a música
"Procissão dos Retirantes", de Martim César e Pedro Munhoz, que é
militante do MST.
Essa canção venceu o 1° Festival Nacional da
Reforma Agrária, realizado em Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul, em
fevereiro de 1999.
No show, Elomar, Xangai, Vital Farias e
Geraldo Azevedo revisitaram suas parcerias ao lado de pérolas do cancioneiro
popular nordestino e alguns de seus sucessos enquanto artistas solo.
Há 20 anos, os quatro se reuniram em Salvador
e fizeram uma histórica “Cantoria” no Teatro Castro Alves.
Para ouvir a música Procissão dos Retirantes:
http://www.youtube.com/watch?v=yyihhIni-o4
Abaixo, a letra da canção.
Procissão dos Retirantes
Composição: Pedro Munhoz / Martim César
Terra Brasilis, continente,
Pátria mãe da minha gente
Hoje eu quero perguntar
Se tão grandes são teus braços,
por que negas um espaço aos que querem ter um
lar?
Eu não consigo entender
Que nesta imensa nação Ainda é matar ou morrer
Por um pedaço de chão
Lavradores nas estradas
Vendo a terra abandonada sem ninguém para
plantar
Entre cercas e alambrados,
vão milhões de condenados a morrer ou mendigar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
No Eldorado do Pará Nome índio carajás,
Um massacre aconteceu
Nesta terra de chacinas essas balas assassinas
todos sabem de onde vêm
É preciso que a justiça e a igualdade sejam
mais que palavras de ocasião
É preciso um novo tempo em que não seja só
promessa repartir até o pão
A hora é essa de fazer a divisão
Eu não consigo entender
Que em vez de herdar um quinhão
Teu povo mereça ter só sete palmos de chão
Nova leva de imigrantes
Procissão dos retirantes
Só há terra em cada olhar Brasileiros, como
nós
Vão gritando, mas sem voz, Norte a sul não têm
lugar
Eu não consigo entender
que nessa imensa nação
ainda é matar ou morrer por um pedaço de chão
Pátria amada do Brasil
De quem és, ó mãe gentil, eu insisto em
perguntar
Dos famintos das favelas ou dos que desviam
verbas pra champagne e caviar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão de quem só vive pra ter e
ainda se diz bom cristão
(com informações da página oficial da Virada
Cultural)
16 de maio de 2010