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quinta-feira, 31 de maio de 2012

E eu não mais irei sonhar, é minha deixa de ir embora...



Par de doidos

Vida minha, vem comigo
Hoje sou eu que convido
A dançarmos esta valsa
Ambos livres pelo vento
Doido par em movimento
Sonhos na rua descalça

Quem nos vê nem desconfia
Que o bailar é a fantasia
De um amor no seu final
Vamos juntos nessa festa
Hoje é tudo o que nos resta
O amanhã... quem saberá?

Vem... me leva pelo braço
Meu suor no teu cansaço
Antes que o dia amanheça
Este é o tempo de nós dois
Pouco importa se depois
Tudo, enfim, desapareça

Quanto tempo tenho ainda?
Vem... a noite está tão linda
Escuta a força deste verso:
‘ Vamos celebrar o instante
Que o abraço dos amantes
Justifica o universo! ’

E quando o sol pela vidraça
Desfizer a nossa farsa
E virmos que chegou a hora
Vida, irás por outro par
E eu não mais irei sonhar
É minha deixa de ir embora



Martim César

terça-feira, 29 de maio de 2012

Si un traidor puede más que unos cuantos... que esos cuantos no lo olviden facilmente. León Gieco





A verdade da memória

Não pensem que esquecemos Pinochet
E os ianques que eram lobos disfarçados
Sob um condor que se fartou do alheio sangue
De um continente para sempre mutilado

Não pensem que esquecemos Libertad...
Essa prisão que tinha o nome tão mal posto
Em um país que foi de Artigas e Sendic
E dos fuzis que deram fim a tantos sonhos

Eis a memória que o tempo não apaga
Eis a história registrada a ferro e fogo
Passa o tempo mas não passam tantas lágrimas
Que ainda escorrem pela alma do meu povo

É tão mais fácil apregoar o esquecimento
Varrer a mancha indesejável dos caídos
Lavar as mãos frente à injustiça do passado
Não ouvir a voz das mães-avós dos desaparecidos...

Não pensem que esquecemos Riocentro
Dos mercadores de mil mortes anunciadas
Com suas fardas sempre em busca de uma guerra
E que sem canhões e baionetas não são nada

Não pensem que esquecemos Rodolfo Walsh
A dignidade tem valor, nunca tem preço
Esses que deram suas vidas por justiça
Viverão na voz do povo... além do tempo!

Não pensem que esquecemos Pinochet
Não pensem que esquecemos Libertad
Não pensem que esquecemos Riocentro
Não pensem que esquecemos Rodolfo Walsh

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Veredas de um sertão ao sul...

Acesse o vídeo:

Confraria dos Poetas de Jaguarão: Canto a um Campeiro do Asfalto - Marco Aurélio Vasconcellos no Sr BRASIL...



Canto a um campeiro do asfalto

L: Martim César
M: Marco Aurélio Vasconcellos

O velho Amâncio foi peão a vida inteira
Madrugador e serviçal como ninguém
Fez o seu mundo desde o fundo até a porteira
Sem se importar com o que havia mais além

Mas, “mala suerte”, o patrão morreu primeiro
Que Deus o tenha em sua santa companhia
E o patrãozinho que jamais foi estancieiro
Vendeu num “upa” tudo o que lhe pertencia

E o velho Amâncio em sua humilde serventia
Não mais servia aos novos donos do lugar
Que lhe pediram que partisse sem tardia
Sem se importarem que essa estância era o seu lar

Foi logo embora pois foi sempre cumpridor
Deixando atrás o seu galpão e a sua vida
Pesava mais no velho lombo do que a dor
Não ver ninguém a dar-lhe adeus em sua partida

Buscou, de pronto, colocar-se noutra estância
Mas, por ser velho, já ninguém quis lhe empregar
Tocou, então, “direito” ao povo e na distância
Foi ser mais um farrapo humano a mendigar

Pois velho Amâncio era peão e nada mais
E só restou-lhe camperear em fantasias
E a esperar por ter a morte por guarida
Já que a vida se acabou numa invernia!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

La memoria apunta hasta matar a los pueblos que la callan y no la dejan volar libre como el viento. León Gieco




Fotografías de Koen Wessing

Chile, 1973

María Sánchez
(desde Santiago de Chile)
EL 11 DE SETIEMBRE de 1973 Pinochet junto al ejército chileno da un golpe de estado. El anterior presidente, Salvador Allende, se suicida en el Palacio de la Moneda. El Estadio Nacional, que había recibido tiempo antes a Neruda, se convierte en un gran campo de detención y el periodista estadounidense Charles Horman es apresado en Valparaíso, interrogado y posteriormente ejecutado. Sabía demasiado, no sobre Chile, sino sobre la implicación de Estados Unidos en la organización de diferentes grupos terroristas en Latinoamérica.
En la "Isla Negra", Pablo Neruda está enfermo, su esposa Matilde Urrutia y sus amigos intentan ocultarle lo que está pasando. Mientras, su casa de Santiago, "La Chascona", está siendo saqueada, quemada e inundada. Matilde escribirá más adelante en su diario: "Todo ha sido roto por la furia insensata que ha asolado esta casa. (…) Si han sido capaces de hacer esto, ¿cuántos crímenes más serán capaces de cometer?"

POLÍTICA Y ARTE. Ese mismo 11 de setiembre, en Holanda, el fotógrafo Koen Wessing se apresura a comprar un pasaje de avión a Chile tan pronto como se entera del golpe. Pide a un familiar un traje gris, carga sus cámaras y habla con unos amigos que habían estado un año antes en la tercera conferencia mundial de la UNCTAD celebrada en Santiago. Ellos le hablaron del impresionante edificio construido especialmente para el encuentro. Este edificio fue el centro de operaciones de la junta militar durante la dictadura y, tras varios usos, volvió hace unos años a los ciudadanos como Centro Cultural Gabriela Mistral. Un espacio que ahora recoge, por segundo año, la muestra de las fotografías del artista holandés, Imágenes indelebles, no solo las tomadas en Chile sino también de los conflictos ocurridos en Nicaragua en 1978 y en El Salvador en 1980.
Koen Wessing nació en Holanda en 1942 y con 21 años ya ejercía como fotógrafo freelance. A lo largo de su carrera trabajó principalmente para la agencia Hollandse Hoogte, con la que realizó reportajes de protestas, revueltas y conflictos locales. Wessing fue testigo del mayo del 68 en París, las guerras de Nicaragua o El Salvador, el apartheid de Sudáfrica, y viajó con su cámara por China, Guinea Bissau, Afganistán, Indonesia, Albania, y Rumania, entre otros.
En Chile su cara de pocos amigos, el pelo corto y la chaqueta gris prestada fue lo que le permitió moverse libremente por la ciudad sumida en el caos. Fotografió en puntos de control a las mujeres que eran registradas, con un gran angular a escuadrones en las calles, el velatorio de Pablo Neruda y también consiguió colarse en el Estadio Nacional.
Allí se produjo una de sus fotos más extrañas pero interesantes: un preso se arrastra bajo la valla que separa el graderío del estadio del campo mientras que un soldado se debate entre mantener el arma en posición y aproximarse también a la valla. La clave de esta imagen está en un paquete de cigarros. Wessing, fumador empedernido durante toda su vida, les lanzaba cigarros a los prisioneros en las gradas, pero no solo eran los detenidos los que notaban la falta de la nicotina. Este paquete no alcanzó su destino a la primera y, sin quererlo, el fotógrafo provocó la imagen. Soldado y detenido se lanzaron a la pesca del botín.
En otra de las imágenes recogidas en esta muestra un detenido está siendo retratado de perfil por el fotógrafo oficial del ejército delante de una pared blanca. Él mismo debe sujetar el número. Dos puntos de vista que realzan, en la mirada de Wessing, el orgullo y la integridad del detenido.
La fotografía del holandés es de carácter político pero más que de la violencia o la desgracia del conflicto, sus imágenes son el testimonio de la dignidad y el orgullo de los humanos. Es quizás el carácter plástico de estas imágenes lo que les aporta a los chilenos una nueva visión de su propia historia. Al volver a Holanda, Wessing hizo una selección de 25 imágenes y publicó el libro Chili, September 1973, un referente hoy en el fotorreportaje del siglo XX. Cada imagen funciona por sí misma, pero el conjunto de estas contiene la clave de las grandes obras, consigue transmitir el ambiente de caos, oposición, dignidad, tensión y represión con la que el mundo, y en concreto los chilenos, vivieron los precipitados acontecimientos de ese fatídico mes de setiembre.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O hoje é sempre e o amanhã é nunca mais...



O tempo 

Dorme o tempo nos retratos
E desperta nos espelhos
Com seus punhais afiados
Desfaz o fio dos novelos

Prende o lume, tece a rede
Nunca revela o seu jogo
Nos desertos traz a sede
No calor engendra o fogo

Faz ser vã toda a riqueza
Ninguém engana o destino
Só nos deixa uma certeza
A de que um dia partimos

Perecem nos nossos olhos
Palácios, terras e templos...
O homem faz os relógios
Mas jamais domina o tempo!

Dorme o tempo nos retratos
E desperta nos espelhos
Deixa saudade nos quartos
Apaga o sol em silêncio

Corta o gume, tinge a cor
Bebe da uva o seu vinho
Do amor oferece a flor
Depois nos mostra os espinhos!


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Solo le pido a Dios que la muerte no me sea indiferente... Leon Gieco







 

Procura-se

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como um amor adolescente,
Ingênuo. Descobrindo e descobrindo-se.
Como o primeiro olhar de cumplicidade
E o primeiro beijo. E a primeira lágrima de dor.
(E não existe outro amor mais delirante).

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia contra a opressão,
Poesia como um rio sem represas,
Poesia libertária, abrindo grades,
Poesia devolvendo o céu aos pássaros,
Poesia sem preço, nem limites,
Poesia como lenitivo, como bálsamo,
Poesia contra as feridas deste tempo,
Poesia contra quem nos fere,
Poesia para quem nos fere,
Poesia necessária, poesia imprescindível
Como a água que bebemos.


Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia de Neruda, eterna como as geleiras da sua terra,
Alta como a cordilheira que moldou o seu canto inigualável,
Livre como o condor, senhor dos ares ameríndios.
Poesia com gosto de vinho, poesia cor de sangue,
Poesia como o mar, belo e temível. Temivelmente belo.
Poesia de Drummond, cortante como um punhal,
Feita do ferro das suas minas não tão gerais,
Poesia denunciadora como a Rosa de Hiroshima,
Poesia gritando feito uma menina do Vietnam,
Nua. Queimada de Napalm, gritando...
Ardendo em chamas dentro de nós. 
 
Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como um relâmpago na noite escura,
Como o tímpano adivinhando o trovão
Que ainda não veio, mas virá.
Poesia como uma flor em meio ao charco,
Como as gotas de orvalho sobre a relva,
Como uma carta de amor no bolso de um soldado
Que foi morto por outro soldado que
também foi morto,
Ambos assassinados por alguém que
nunca foi à guerra.
Poesia épica como a música de Serrat
Onde Dom Quixote ainda enfrenta os cataventos,
E García Lorca ainda está vivo,
Zombando dos generais que o fuzilaram.
Como o exemplo de uma mulher por trás das barricadas,
Defendendo a frágil democracia de sua
imensa Espanha
E gritando: No pasarán!... No pasarán!... No pasarán!


Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como um amor adulto, aparando arestas,
Buscando completar um estranho quebra-cabeças
Onde sempre está faltando alguma peça.
(E não existe outro amor mais desafiante).
Poesia como as mãos de Víctor Jara, tocando,
Mutiladas mas ainda ali, tocando
Para todos os opressores deste mundo, tocando
Para os abutres disfarçados de defensores da liberdade,
Pois cada Pinochet é somente um títere,
Perigoso títere de uma ideologia onde o lucro
É o único Deus e a águia é o símbolo do poder.

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como o espetáculo indescritível das estrelas
Numa noite clara, longe das cidades de neon.
Poesia como as mãos de um escultor
Moldando o barro, forjando o tempo.
Poesia como o sutil traço de um pintor
Transformando a matéria em sentimentos.
Poesia desesperada como um suicídio,
Como a dor das mães-avós da praça de maio,
Lutando contra o silêncio e o esquecimento.

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como flecha contra mísseis e satélites.
Poesia como o pedaço de céu visto entre as grades
De todos os cárceres do planeta.
Poesia como a ausência das pessoas que perdemos,
Mas que continuarão em nós, enquanto vivermos.
Poesia como um barco regressando.
Poesia incoerente e bela. Incoerentemente bela.
Como o pranto solitário de Carlitos,
Como a ternura inquebrantável de Guevara.
Poesia necessária, poesia imprescindível
Como o ar que respiramos.

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como o último índio de uma raça,
Exposto aos brancos como um animal exótico.
Poesia como o grito igualitário de Zumbi
Sem entender porque a cor difere os homens.
Poesia como o coração de Chico Mendes
Sangrando sobre o verde da amazônia.
Poesia como os cem anos de solidão
A que estão condenadas todas as Macondos
Deste hemisfério culpado por ser inocente.

Procura-se a poesia, viva ou morta, procura-se.
Poesia como um amor maduro,
Bebendo a última luz do entardecer.
(E não existe outro amor mais verdadeiro).
Poesia necessária, poesia imprescindível
Como o sol de cada dia.
Poesia como alguém que dá sua vida
Por um ideal, por um amor, por um amigo,
Poesia como alguém que dá sua vida por alguém,
Sem importar-se, que, afinal, está entregando
A sua mais bela e - quem sabe -
Única, necessária e imprescindível poesia.


Martim César



terça-feira, 22 de maio de 2012

Esse é um dos grandes desta parte do planeta. Recomendo.



SOLAR DOS CAMARA 


apresenta o xou de Raul Ellwanger (o tolo abaixo-assinado) com novas e antigas canções, desde seu primeiro disco 'Teimoso e Vivo' até 'País de Liberdade', lançado em dezembro de 2011 com versões de León Gieco.  Na Assembléia Legislativa do RS, dia 24 de maio, 18:30 horas, entrada franca. Muita chacarera, samba, milonga, poesia, amores, protestos, ecologia, inédita Canção do Desaparecido, diversos discos.


ROTEIRO. 

-1   Cigana tirana   -  Pery Souza / Raul 
-2   Pela vida afora   -   Raul
-3   Canção do Desaparecido    -   Raul 
-4   Te procuro lá   -  Raul / Ferreira Gullar 
-5   Irmãozinho de Batalha   -   Raul 
-6   Um barco encantado   -   Dado Jaeger /  Raul 
-7   Companheira Liberdade   -   Raul / Jerônimo Jardim 
-8   Até o condor chorou   -   León Gieco  - versão Raul 
-9   Fuzarca   -   Raul 
-10  Quero te ver liberdade   -   Raul 
-11  Eu só peço a Deus   -  León Gieco / versão Raul 
-12  Praia do Rosa   -   Raul 
-13  Quando acabar o chão   -   Raul / Nana Chaves 
-14  Samba do Lero     -    Raul 
-15  Pealo de Sangue   -   Raul



                                                       "-Faz bem tempo me larguei, mundo velho sem porteira..." .

Fonte: Gazeta dos tolos

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mas sucumbiu a ver navios... maldita crase!






A navalha do censor

Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino  
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo
    
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino 
  
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história

Fez naufragar o meu poema – e vejam só - que triste fase!
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!

Martim César

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vídeo da música Em Solidão, um cantor... homenagem a esse grande ícone da música do Rio Grande do Sul.


http://confrariadospoetasdejaguarao.blogspot.com.br/2012/05/em-solidao-um-cantor-marco-aurelio.html



Em solidão, um cantor...

Um canto voa no vento
Lamento, sonho, visagem...
Como a deixar na paisagem
Imagens de um outro tempo

Cismando à beira do rancho
Eu canto a esmo e sozinho
Em volta campo e mais campo
 Só a milonga é um caminho

Antes de mim tanta gente
Trilhou essa mesma estrada
O cantor é a terra e a semente
A história em versos plantada

Depois de mim, outros tantos
E a mesma sina... quem sabe?
Fazer eterno o seu canto
Pra, enfim, tornar-se saudade.



Martim César

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Navegar é preciso...

 

 

Sobre os telhados de Lisboa

Sobre os telhados de Lisboa
Uma canção fala de amor
E eu – pequeno e sonhador –
Cismo que tenho dentro d’alma
Toda a beleza dessa calma
Que a tempestade me levou

Aqui o chão, mais além a imensidão
Aqui o cais, depois a glória ou nunca mais
A vela aberta, a sina incerta, o infindo mar 
Enfim o aceno e o derradeiro navegar

Meu coração hoje é como um fado
E nem todo o azul do mar salgado
Me traz a luz dos olhos teus
Mistério de quem sente
- ( o que não sabe ) -
Que todo o oceano cabe
Numa lágrima de adeus

A nave-mestra deixa o cais
Com esse olhar de nunca mais
Que Portugal gravou em mim
Devo partir, içar as velas
Rumar ao porto de outras terras
Singrar o azul do mar sem fim

Navega o amor, o navegante sonhador 
Não teme a dor, o Bojador há de cruzar
Porém na flor, a rubra cor se apagará
E o que já foi, tempos depois
nada será!


Martim César